Rio de Janeiro, 3 jul (EFE).- O setor industrial do Brasil empregou 80,7% de sua capacidade instalada em maio, o que representa uma leve queda em relação aos 80,9% registrado em abril e a quinta baixa mensal consecutiva, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Apenas seis dos 21 setores industriais analisados pela entidade aumentaram o uso de sua capacidade instalada em maio.
Os segmentos industriais que mostraram uma maior contração em seu rendimento durante maio em relação a abril foram o de impressão e reprodução (12,1%), automóveis (5,4%), alimentação (3,5%) e produtos de metal (3,3%).
O número de horas trabalhadas no setor industrial registrou queda de 0,4% em maio frente ao mês anterior e uma queda de 2,4% em comparação ao mesmo período do ano passado.
O setor automobilístico registrou a maior queda no número de horas trabalhadas frente ao mesmo mês de 2013 (15,9%).
Entre abril e maio o emprego gerado pela indústria do Brasil também caiu (0,3%), enquanto o salário médio dos operários industriais se contraiu 0,9%.
No entanto, a comparação anual destes dados mostra que tanto o número de postos de trabalho na indústria como os salários do setor aumentaram 1,1%, 4,4% respectivamente.
O único resultado de maio com uma evolução positiva foi o do faturamento industrial, que registrou alta de 0,3% frente ao mês anterior. Na comparação anual, o faturamento industrial no país mostra queda de 1,9%.
Renato da Fonseca, gerente executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, destacou que "a baixa produtividade, o alto preço da produção, as deficiências em infraestrutura e a dificuldade no acesso ao crédito" são os principais fatores "que impedem o crescimento da atividade industrial".
Os indicadores negativos da indústria nos últimos meses obrigaram o governo a anunciar esta semana que prorrogará até dezembro próximo os incentivos fiscais com os quais vinha estimulando as vendas de automóveis e de móveis e que venciam em junho.
Em meados de junho o governo também anunciou um conjunto de medidas para estimular a competitividade da indústria, como a prorrogação do sistema preferencial que reduz o crédito para os investimentos e do programa que devolve parte dos impostos aos exportadores de manufaturados.