BRASÍLIA (Reuters) - O governo promoveu uma negociação "longa e dura" para aprovar o texto-base do Refis na Câmara dos Deputados, mas uma eventual frustração de receitas pode ser compensada pelo resultado dos leilões de hidrelétricas e energia, disse o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, nesta quinta-feira.
"O governo poderia até ser acusado do contrário, de não ter cedido", disse Oliveira, durante a cerimônia de anúnico da antecipação de recursos de PIS/Pasep.
Na véspera, a Câmara aprovou um texto mais frouxo do que defendido pelo governo para o programa que trata de renegociação de dívidas tributárias, passando a admitir descontos maiores sobre os valores devidos e o pagamento de entradas mais modestas no âmbito dos parcelamentos.
Mais cedo nesta quinta-feira, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, estimou perdas de 5 bilhões de reais neste ano com as alterações no programa, embora esse número não esteja sendo formalmente considerado pelo Ministério da Fazenda, já que a tramitação do texto ainda não foi concluída.
Já os leilões de hidrelétricas e de petróleo renderam ao governo 4,5 bilhões de reais acima do esperado, destacou Ana Paula, compensando parte da frustração com o Refis.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu; Texto de Luiz Guilherme Gerbelli; Edição de Marcela Ayres)