ATENAS (Reuters) - O Ministério das Finanças da Grécia disse nesta terça-feira que não está mais discutindo com seus credores da União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) impostos sobre transações bancárias e sobre saques em caixas eletrônicos, apenas horas após o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, ter afirmado que tais propostas estavam na mesa.
O motivo para as declarações contraditórias não estava imediatamente claro. O ministério disse que discordava da medida pois ela não conseguiria desencorajar suficientemente o uso de dinheiro em vez de crédito para transações.
"A proposta ... foi retirada das negociações após a reação do ministério", disse o Ministério das Finanças grego em comunicado.
Mais cedo nesta terça-feira, Varoufakis havia dito a repórteres que uma taxa sobre saques em caixas eletrônicos estava sendo discutida, como um incentivo ao uso de serviços bancários via Internet e cartões de crédito, embora nenhuma decisão tivesse sido tomada ainda. Ele havia descartado categoricamente qualquer imposto sobre depósitos bancários.
Ele também tinha afirmado que Atenas estava em conversas com autoridades da Suíça sobre um plano para oferecer a contribuintes com depósitos no exterior a chance de declará-los de maneira voluntária, pagarem os impostos e assim evitarem sanções mais duras.
Sob o chamado acordo de manifestação voluntária, gregos com recursos não declarados anteriormente em bancos suíços poderão regularizá-los pagando um imposto potencial de 15 por cento.
"Com um imposto muito baixo, digamos 5 por cento, existe a questão moral de legalizar a evasão fiscal. Com uma taxa alta de digamos 30 por cento, há o risco de que estes depósitos fujam para as ilhas Caymann ou outros paraísos fiscais", disse Varoufakis.
A Grécia não busca a repatriação do dinheiro, e sim taxá-lo para aliviar seu aperto financeiro. Poupadores com recursos não declarados depositados em bancos gregos terão a mesma chance, mas possivelmente vão enfrentar um imposto maior de 30 por cento, disse o ministro.
(Por Lefteris Papadimas e George Georgiopoulos)