Por John O'Donnell e Marc Jones
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) deixou as taxas de juros inalteradas nesta quarta-feira, mantendo-as em mínimas recordes conforme seu esquema de impressão de dinheiro mostra sinais iniciais de estar impulsionando a economia da região.
Com os empréstimos bancários acelerando e as quedas nos preços tendo atingido o piso, o presidente do banco central, Mario Draghi, poderá declarar sucesso antecipado do esquema de impressão de dinheiro de 60 bilhões de euros por mês que lançou no mês passado.
A principal taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito, está agora em 0,05 por cento, enquanto a taxa de depósito do BCE, que tem a maior influência nas taxas de mercado, está em -0,2 por cento --o que significa que bancos pagam para deixar recursos no banco central.
Numa coletiva de imprensa às 9h30 (horário de Brasília), o foco será ampliado com jornalistas questionando Draghi sobre apoio do BCE à Grécia, cuja relutância em fazer reformas para liberar ajuda da zona do euro está lançando uma nova incerteza sobre o bloco monetário de 19 países.
Autoridades do BCE sancionaram mais financiamento de emergência para os bancos da Grécia, disse uma fonte do setor, um lembrete dos problemas financeiros que o país enfrenta.
O BCE aumentou o limite da assistência de liquidez emergencial (ELA, na sigla em inglês) que os bancos gregos podem captar com o banco central da Grécia em 800 milhões de euros (852 milhões de dólares), levando o teto da ELA para 74 bilhões de euros, disse uma fonte do setor bancário na terça-feira.
O tempo está se esgotando para que Atenas melhore um pacote de reformas exigido para a liberação de empréstimos que precisa para se manter viva.
Se a Grécia, resgatada pela primeira vez em 2010 e novamente dois anos depois, no fim das contas sair do euro, isso representará um golpe à credibilidade da união monetária.
Mas por enquanto, o esquema de impressão de dinheiro de mais de 1 trilhão de euros para comprar principalmente títulos soberanos está sustentando a confiança, e alguns preveem que Draghi irá reforçar seu compromisso com o programa conhecido como "quantitative easing".
Draghi também deve fazer uma avaliação cautelosa das perspectivas econômicas da zona do euro, antes de se juntar a ministros das Finanças e representantes de bancos centrais do G20 na reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional.