Madri, 6 mar (EFE).- O presidente do parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, afirmou nesta sexta-feira acreditar que a Grécia precisará de um terceiro resgate para que o país ponha em ordem suas contas públicas.
Durante um discurso no Fórum da Nova Economia, Schulz assegurou que a prorrogação de quatro meses de assistência financeira dada pelos parceiros europeus à Grécia em 20 de fevereiro "não é tempo suficiente para que a economia grega se estabilize".
Essa hipótese de um terceiro resgate já foi apontada por outros líderes europeus, como o ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos, que na quarta-feira deu por certo que a Grécia precisará desse terceiro aporte se daqui até junho não estiver pronta para voltar aos mercados de capitais.
Sobre a atitude do governo de esquerda de Alexis Tsipras, o presidente da Eurocâmara ressaltou que "não estão obrigados a deixar seus ideais na porta quando chegam ao poder, mas são obrigados a cumprir seus compromissos".
No domingo Tsipras apontou uma conexão entre Espanha e Portugal para dificultar a ajuda à Grécia, uma acusação que não faz sentido, disse hoje Schulz.
Ele afirmou que a Europa não pode se dar ao luxo de ver o projeto grego fracassar, e apelou para que as autoridades comunitárias compreendam que "agora é o momento de investir em crescimento e em criação de emprego".
Por último, Schulz insistiu que os quatro meses de prorrogação de seu resgate servirão para integrar a Grécia como "membro de pleno direito da zona do euro, o que requer confiança de todas as partes".
O político alemão se reuniu hoje em Madri com o rei Felipe VI, com quem analisou a situação europeia. Ontem ele se encontrou com o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, com quem falou sobre a situação na Grécia, a luta contra o terrorismo jihadista e o desenvolvimento do "Plano Juncker" de investimentos em infraestruturas e projetos.