WARRINGTON, Inglaterra (Reuters) - Os 96 torcedores do Liverpool que perderam a vida no pior desastre esportivo da história da Grã-Bretanha, a morte por esmagamento em massa no estádio de futebol de Hillsborough em 1989, foram vítimas do que a lei britânica chama de 'morte ilegal', e a polícia cometeu falhas no incidente, mostrou um inquérito sobre as mortes durante a audiência de um júri nesta terça-feira.
As vítimas, a maioria jovens, morreram em uma área cercada e superlotada do estádio Hillsborough em Sheffield, no norte da Inglaterra, durante uma semifinal da Copa da Inglaterra entre o Liverpool e o Nottingham Forest em uma tarde quente e ensolarada de abril 27 anos atrás.
Imagens horripilantes de torcedores jovens esmagados contras as cercas de metal, de corpos estirados no campo e de espectadores usando placas de anúncios feitas de madeira como macas improvisadas chocaram a nação.
A tragédia de Hillsborough, que aconteceu poucos minutos após o início do jogo, mudou o futebol inglês. Arquibancadas em forma de degraus e cercas metálicas ao redor dos gramados foram substituídas por arenas mais modernas com cadeiras e segurança reforçada.
O incidente também levou a um acobertamento da polícia, que inicialmente acusou torcedores do Liverpool agressivos, bêbados e sem ingressos de serem responsáveis pela tragédia por tentarem entrar no estádio à força.
Novas investigações foram ordenadas em dezembro de 2012, quando a Alta Corte de Londres anulou os veredictos de morte acidental de 21 anos antes depois que um inquérito independente revelou novos indícios e absolveu os torcedores de qualquer responsabilidade.
O júri que supervisionou as novas investigações determinou que os torcedores foram mortos de forma ilegal e que os comandantes de polícia cometeram erros na véspera da partida e no dia do evento propriamente dito, relatou a rede BBC.
Eles também inocentaram os torcedores do Liverpool de qualquer papel no incidente.
O Serviço de Processos da Coroa disse estar analisando se quaisquer indivíduos ou organizações corporativas devem receber acusações criminais.
(Por Michael Holden)