Por Karolos Grohmann
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O laboratório antidoping da Olimpíada Rio 2016, que perdeu suas credenciais por um período curto dois meses antes dos Jogos, agora cumpre os padrões internacionais mais rígidos após um teste de estresse, disse o Comitê Olímpico Internacional (COI) nesta segunda-feira.
A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) recadastrou o laboratório em julho, encerrando uma suspensão de dois meses que ameaçou constranger o Brasil, e novos mecanismos de segurança foram instalados, como o monitoramento por vídeo das portas do refrigerador de armazenamento.
"Ele foi reconstruído e credenciado pela Wada. Por causa de um erro, o credenciamento foi suspenso em um momento dos mais inoportunos", disse o chefe médico do COI, Richard Budgett.
"O laboratório passou por um teste de estresse muito exigente da Wada (antes da Rio 2016). Amostras sem identificação para todos os tipos de substância foram testadas. Elas passaram nesse teste de estresse e o laboratório vem tendo um desempenho soberbo."
Budgett não deu detalhes sobre o erro que custou o credenciamento das instalações, mas em julho seu diretor disse ter havido problemas com a implementação de novos equipamentos.
O laboratório irá processar cerca de 6 mil exames de sangue e urina durante os Jogos, e qualquer insinuação de que não está de acordo com os padrões poderia ter ofuscado ainda mais a competição em meio aos problemas de doping recentes.
Dezenas de esportistas russos, incluindo virtualmente toda a equipe de atletismo, foram suspensos devido às sanções contra a Rússia pelo que um relatório da Wada apontou ser um programa sistemático de dopagem patrocinado pelo Estado, que também envolveu a Olimpíada de Inverno de Sochi de 2014.
Budgett disse que uma série de protocolos de segurança foi adotada no Rio, incluindo guardas, restrições de acesso e câmeras, para eliminar toda e qualquer possibilidade de adulteração das amostras.
"Existe a presença da Força Nacional, seguranças particulares no laboratório, uma rede ampla de câmeras de vigilância. Tenho visão da porta do refrigerador", contou.
Só funcionários autorizados, em pares, podem entrar no refrigerador para acessar amostrar, disse ele.
Especialistas internacionais também estão presentes nas instalações do edifício remoto de cinco andares localizado na ilha do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, assim como observadores, para ter certeza de que o processo é executado corretamente.
"A coisa toda é controlada muito cuidadosamente", afirmou Budgett.
Até agora três atletas foram flagrados em exames positivos de substâncias proibidas na Rio 2016.