Por Jason Lange e Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Richmond, Jeffrey Lacker, deixou abruptamente o banco central norte-americano nesta terça-feira, depois de admitir que em uma conversa que teve com um analista de Wall Street em 2012 pode ter revelado informações confidenciais sobre as opções de política do Fed.
O vazamento de 2012 tinha desencadeado uma investigação criminal e veio no momento em que o Fed estava estabelecendo as bases para o programa de grande compra de títulos que foi implementado mais tarde naquele ano. A informação foi divulgada pela Medley Global Advisors um dia antes da publicação das minutas do próprio banco central de sua reunião de setembro.
Lacker disse em janeiro que se aposentaria em outubro. Mas na terça-feira ele disse que decidiu sair de imediato porque tinha confirmado informações confidenciais para Medley. Não ficou claro se Lacker foi expulso de seu cargo, embora o Fed de Richmond disse em uma declaração que tomou "ações apropriadas" depois de saber o resultado das investigações do governo sobre o vazamento.
Lacker disse que não divulgou completamente os detalhes de sua conversa de 2012 com um analista da Medley quando foi entrevistado por um advogado do Fed naquele ano. Ele, no entanto, disse em uma entrevista de 2015 com o Federal Bureau of Investigation (FBI) que sua discussão com o analista Medley incluiu informações confidenciais.
"Lamento profundamente o papel que eu possa ter desempenhado na confirmação dessas informações confidenciais", disse Lacker em um comunicado, acrescentando que "nunca" foi sua "intenção revelar informações confidenciais".
O relatório da Medley desencadeou furor no Congresso dos EUA e se tornou uma fonte de atrito entre o banco central e congressistas, levando a uma investigação criminal.