Caracas, 23 out (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nessa quinta-feira que semana que vem decretará uma Zona Econômica Especial Fronteiriça com a Colômbia para que empresários dos dois países possam comprar produtos venezuelanos a preços especiais, uma medida tomada contra o contrabando.
"Se as grandes cadeias distribuidoras venezuelanas e colombianas querem vir a essa Zona Econômica Especial Fronteiriça que vem que venham e venderemos tudo o que quiserem", disse Maduro durante um programa que informou sobre as ações que o governo está tomando para combater o contrabando.
O presidente disse no discurso, transmitido em rede nacional obrigatória de rádio e televisão, que a Venezuela preparará um sistema de armazéns para a venda e a distribuição legal de produtos para toda a Colômbia, nas cidades fronteiriças.
"Podemos receber pesos colombianos, dólares, e bolívares", indicou.
Os chanceleres da Venezuela, Rafael Ramírez, e da Colômbia, María Ángela Holguín, terão uma reunião "em breve" e se pronunciarão publicamente sobre a zona franca.
Maduro, que iniciou uma "batalha" contra o contrabando em agosto que inclui o fechamento noturno da fronteira com a Colômbia, disse que apesar da medida ter ajudado a combater o contrabando, ainda "há mil caminhos usados pelas máfias para tirar produtos da Venezuela".
Ele agradeceu a Polícia Nacional da Colômbia, às Forças Armadas e ao governo de Juan Manuel Santos "toda a coordenação e parceria que estão emprestando nesta luta".
Maduro assinalou que entre os dois países "há uma coordenação permanente que deve ir se aperfeiçoando" nesta batalha e indicou que a troca binacional de informação de inteligência sobre as quadrilhas contrabandistas aumentará.
Além disso, pediu que "as autoridades da Colômbia" façam o que estiveram em suas mãos para deter uma suposta campanha "antivenezuelana" que parte da imprensa colombiana e chamou o "povo honesto da Colômbia a não se deixar envenenar por essas mensagens de ódio" contra seu governo e contra as Forças Armadas da Venezuela.
"Nós somos um povo filho de Bolívar que respeitamos e amamos o povo da Colômbia, mas eles têm que entender que não podemos permitir que nossa economia seja destruída por pequenas máfias vinculadas às quadrilhas colombianas e eu peço de coração o apoio do povo colombiano", disse.
O governo venezuelano iniciou em 11 de agosto o fechamento noturno da fronteira para combater o contrabando de produtos venezuelanos para a Colômbia e, um mês depois, Maduro anunciou que prorrogaria o bloqueio por mais três meses.
A fronteira entre a Colômbia e a Venezuela tem 2.219 quilômetros e é considerada bastante porosa. Por ela passam como contrabando abundantes quantidades de gasolina, alimentos, artigos de higiene pessoal e todo tipo de mercadorias.