Por Robert MacMillan e Mike Blake
CHARLOTTE, Estados Unidos (Reuters) - Com quase uma semana de manifestações contra o assassinato de um homem negro pela polícia em Charlotte, a Carolina do Norte não mostrou neste domingo sinais de enfraquecimento após a polícia divulgar os vídeos que mostram a vítima sendo baleada, mas que não respondem se o homem estava armado ou não.
Centenas marcharam pelo centro de Charlotte na quinta noite de manifestações, que se estenderam para o domingo de manhã e que incluíam famílias brancas e negras que protestavam contra a violência policial.
Pela primeira vez em três noites, a polícia determinou toque de recolher, informando que os infratores seriam presos. Uma multidão reunida em frente à sede da polícia se dispersou pouco depois da meia-noite sem qualquer tipo de violência.
No sábado, a polícia de Charlotte divulgou dois vídeos que mostram o tiro que matou Keith Scott, de 43 anos, na terça-feira.
A controversa morte fez de Charlotte, a maior cidade e centro financeiro da Carolina do Norte, o mais recente ponto de inflamação em dois anos de tensas manifestações contra assassinatos de homens negros, a maioria desarmada, por policiais.
Kerr Putney, chefe de polícia do condado de Charlotte-Mecklenburg, reconheceu que os vídeos seriam "insuficientes" para provar que Scott portava uma arma, mas disse que outras provas completam o quadro.
"Não há nenhuma evidência visual definitiva de que ele tinha uma arma na mão", disse Putney. "Mas o que vemos é uma prova de que, quando juntamos as peças, apoia isso."