WASHINGTON (Reuters) - As mudanças que estão sendo negociadas na reforma da Previdência chegaram "mais ou menos" ao limite para não comprometer o ajuste das contas públicas, disse nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Washington.
Meirelles ressaltou que em nenhum momento o governo contou com aprovação da reforma tal qual proposta inicialmente e disse esperar que reforma aprovada garanta pelo menos 70 por cento do benefício fiscal projetado com a proposta original.
"Eu acho que nós estamos aqui mais ou menos no limite das mudanças que podem ser feitas sem alterar substancialmente o equilíbrio fiscal do país", disse o ministro a jornalistas.
Como pontos inegociáveis, Meirelles citou a idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para mulheres, conforme negociado com os parlamentares, além do regime de transição. Em relação a outros pontos que o governo foi obrigado a ceder, como a idade de aposentadoria para policiais, Meirelles disse que do ponto de vista fiscal, o impacto não é grande.
"Esperamos que tenha-se no final do processo uma reforma que seja mais do que 70 por cento, digamos, do benefício fiscal projetado na primeira proposta que mandamos", disse o ministro.
"Essa reforma do jeito que ela está tem uma vida relativamente longa."
O governo espera a aprovação do relatório sobre a reforma da Previdência na Comissão Especial para divulgar uma nota técnica com os cálculos dos benefícios fiscais da reforma.
CRESCIMENTO
O ministro disse que ainda espera que a reforma seja aprovada nas duas Casas do Legislativo no primeiro semestre, mas ressaltou que um atraso de alguns meses não causaria um impacto grande nas contas públicas. O impacto, afirmou, seria sobre formação de expectativas econômicas.
Meirelles, que se encontra em Washington para reunião semestral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, disse que a visão em relação ao país melhorou muito do ano passado para cá. E projetou que a economia brasileira irá crescer a uma taxa de 2,7 por cento no quarto trimestre deste ano ante o mesmo período de 2016. E que a taxa de crescimento anualizada do quarto trimestre sobre o terceiro chegará a 3 por cento.
(Por Paul Simao)