FRANKFURT (Reuters) - Uma economia fraca na zona do euro pode arrastar a inflação para abaixo da meta de 2% do Banco Central Europeu, disse o membro do Conselho da autoridade monetária europeia Yannis Stournaras, em uma entrevista publicada nesta quinta-feira, reafirmando sua expectativa de dois cortes nos juros este ano.
O BCE vem enfrentando uma inflação muito alta há quase três anos, à qual respondeu com uma longa sequência de aumentos nos juros, que só recentemente começou a reduzir.
Stournaras, presidente do Banco da Grécia e uma das autoridades do Conselho do BCE que são favoráveis a juros mais baixos, disse que o crescimento da região foi menor do que o esperado pelo banco central e que a inflação também poderia ser.
"Os sinais renovados de atividade econômica fraca e o alto nível de incerteza muito provavelmente reduzirão a inflação mais do que o esperado", disse ele ao veículo alemão Platow Brief. "Isso sugere que há um risco de a inflação cair abaixo da meta de 2% no médio prazo."
A inflação da zona do euro para julho e o crescimento para o segundo trimestre foram ligeiramente mais altos do que os economistas esperavam, mas operadores ainda projetam que o BCE retome a redução dos custos dos empréstimos em setembro ou outubro, no máximo, uma vez que as pesquisas apontam para a desaceleração da atividade.
Stournaras apoiou essa expectativa, embora tenha advertido que isso dependeria dos dados que estão chegando, especialmente sobre salários, e das novas projeções econômicas do BCE a serem publicadas no próximo mês.
"Ainda espero dois cortes nos juros este ano se a desinflação continuar como esperado", disse ele. "Estamos no caminho certo. Além disso, o crescimento está mais fraco do que o esperado, o que também favorece os cortes."
(Por Francesco Canepa)