Por Axel Bugge
LISBOA (Reuters) - A oposição socialista de Portugal prometeu nesta sexta-feira derrubar o governo de minoria da centro-direita com um voto de não confiança, e afirmou que o presidente criou "uma crise política desnecessária" ao nomear Pedro Passos Coelho como premiê.
A ação pode estragar os esforços de Passos Coelho de conseguir que o programa do seu governo de centro-direita seja aprovado em 10 dias no Parlamento, estendendo a incerteza política sobre o país desde a eleição inconclusiva de 4 de outubro.
Coelho foi nomeado premiê na quinta-feira, após sua aliança ganhar a maioria dos votos na eleição nacional.
A nomeação gerou um confronto com os socialistas, principal grupo de oposição, que tentavam formar sua própria aliança governamental com outros dois partidos de esquerda que também querem um fim às políticas de austeridade sob o governo de centro-direita.
Os socialistas e os partidos de esquerda, impulsionados por um bom resultado na eleição nacional, teria a maioria dos votos no Parlamento caso se unissem.
Nesta sexta-feira, a comissão nacional do Partido Socialista aprovou uma moção para seus deputados "apresentarem uma moção rejeitando qualquer programa do governo", que inclui políticas similares ao governo anterior.
"O presidente criou uma crise política desnecessária", ao nomear Passos Coelho como primeiro-ministro, disse o líder socialista António Costa.
Após a eleição nacional, Passos Coelho tentou ganhar apoio dos socialistas para seu governo, que ao invés disso, começar a negociar com partidos menores para formar uma administração de esquerda.