Por Jacob Gronholt-Pedersen e Isabelle Yr Carlsson
COPENHAGUE (Reuters) - Os eleitores islandeses irão às urnas no sábado em uma eleição antecipada que pode colocar o país no rumo de virar membro da União Europeia, algo que divide a ilha há anos. A possível filiação à UE ressurgiu em uma campanha eleitoral pela primeira vez em mais de uma década, e as pesquisas mostram que os eleitores estão apoiando os partidos pró-bloco. Pesquisas apontam que a entrada na UE se tornou mais popular, com pouco mais de 45% dos eleitores a favor, 35% contra e o restante se mostrando indeciso. De acordo com dados de pesquisas anteriores, o apoio à filiação à UE era muito menor há pouco tempo. A mudança na percepção é parcialmente atribuída à crise do custo de vida da Islândia, com eleitores apostando que uma eventual entrada na UE possa dar força à economia e reduzir barreiras comerciais, enquanto a participação na zona do euro reduziria a volatilidade do câmbio. "O estado da economia é sempre o que fortalece a questão da UE", disse Eirikur Bergmann, professor de ciência política na Universidade Bifrost, na Islândia. "A inflação e as taxas de juros têm estado relativamente altas na Islândia e isso sempre traz de volta a questão do euro." A economia do país também foi impactada por uma série de erupções vulcânicas, que causaram a retirada de milhares de pessoas de suas casas, além de um grande custo de infraestrutura e um declínio do turismo. Apesar de não ser membro, a Islândia faz parte do mercado único da UE, da zona de fronteiras abertas de Schengen e da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA, na sigla em inglês). O primeiro-ministro da Islândia, Bjarni Benediktsson, dissolveu o Parlamento em outubro e pediu a antecipação das eleições para 30 de novembro, citando desentendimentos entre os três partidos da coalizão governista. O Partido da Reforma, favorito nas pesquisas ao lado da Aliança Social-Democrata, quer realizar um referendo sobre a UE caso vença a eleição. As últimas pesquisas sugerem que os dois partidos combinados têm 40% dos votos. (Reportagem de Jacob Gronholt-Pedersen)