RIO DE JANEIRO (Reuters) - Funcionários da Petrobras (SA:PETR4) realizam nesta sexta-feira uma greve de 24 horas em refinarias e terminais de 12 Estados, em protesto contra a reforma da Previdência e o programa de venda de ativos da petroleira estatal, afirmou a Federação Única de Petroleiros (FUP) em nota.
Paralisações de apenas um dia não costumam provocar impactos na produção de combustíveis e petróleo da estatal, uma vez que a empresa conta com equipes de contingência. Por questões de segurança, a categoria também costuma manter operações estáveis.
A Petrobras afirmou em comunicado que tomou medidas para evitar impactos do movimento sobre a produção e para garantir a segurança de suas instalações.
A FUP, que representa 12 sindicatos, disse que os petroleiros aderiram à manifestação já de madrugada, com corte na troca de turno em nove refinarias. Com a adesão durante a manhã da Refinaria de Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), já são 10 as unidades de refino sem troca de turnos.
Na Bacia de Campos, a FUP afirmou que a categoria está realizando "operação padrão" nas plataformas, ressaltando "a execução de todos os procedimentos com o máximo de rigor e critério possível".
"Pela manhã, a greve ganhou o reforço dos trabalhadores da Transpetro e das demais unidades do Sistema Petrobras. A categoria também participará dos atos unificados desta sexta, convocados pelas centrais sindicais, nas principais cidades e capitais do país", disse a FUP, em seu site.
Além da Lubnor, as refinarias que estão sem rendição nos turnos são: Duque de Caxias (Reduc/RJ), Gabriel Passos (Regap/MG), Landulpho Alves (Rlam/BA), Abreu e Lima (PE), Manaus (Reman), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Presidente Getúlio Vargas (Repar/PR), Alberto Pasqualini (Refap/RS).
A FUP disse ainda que petroleiros não entraram para trabalhar no Terminal Aquaviário de Suape, em Pernambuco, na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia, na Termelétrica Aureliano Chaves, em Minas Gerais, na SIX (unidade de processamento de xisto, no Paraná) e na Araucária Nitrogenados (PR).
"Além de impedir o fim da Previdência Pública, a categoria petroleira se mobiliza contra a privatização do Sistema Petrobras, em defesa da soberania nacional e por políticas públicas que levem à retomada da atividade econômica, gerando empregos, com trabalho decente e renda digna", disse a FUP.
A petroleira colocou à venda refinarias, dutos, campos de petróleo, dentre outros ativos, em busca de concentrar esforços na exploração e produção do pré-sal e de reduzir a sua dívida. Com o apoio do governo federal, a empresa também deseja quebrar monopólios nos setores de gás e refino.
Procurada, a Petrobras confirmou que não houve troca de turno em algumas unidades operacionais, mas disse que tem trabalhado para evitar impactos sobre suas atividades.
"A companhia tomou todas as medidas para garantir a continuidade da produção de petróleo e gás, o processamento em suas refinarias, bem como o abastecimento do mercado de derivados e as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações", afirmou.
(Por Marta Nogueira)