(Reuters) - O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, indicou novamente nesta quinta-feira que um corte de juros pelo banco central dos Estados Unidos é provável em sua próxima reunião neste mês, conforme as empresas desaceleram o investimento devido às disputas comerciais e ao enfraquecimento global do crescimento.
No segundo dia de seu depoimento semestral no Capitólio, Powell não se afastou da linha que assumi um dia antes na Câmara dos Deputados, quando prometeu que o Fed vai "agir conforme apropriado" para defender a economia.
Isso serviu para consolidar as expectativas do mercado financeiro de que a taxa básico de juros será reduzida ao final da reunião do Federal Reserve de 30 e 31 de julho.
Em declaração dessa vez ao Senado, Powell repetiu sua afirmação de que os três principais riscos que ameaçam a expansão econômica recorde dos EUA: incerteza comercial, desaceleração do crescimento no exterior e inflação baixa.
A economia permanece em geral em "uma boa posição", disse ele, e os gastos dos consumidores permanecem robustos. Mas a incerteza provocada pelas disputas comerciais de Trump pesa sobre as perspectivas.
"As empresas estão começando a segurar o investimento, por exemplo", disse Powell em resposta a uma pergunta. "Vemos que o investimento empresarial enfraqueceu depois de ter sido bastante forte em 2017 e a maior parte de 2018", disse.
"O investimento empresarial é crítico. Ele realmente desacelerou aqui, e um dos motivos é a incerteza em torno do comércio e do crescimento global", acrescentou.
"Acho que muitos dos meus colegas no Fomc chegaram à opinião de que uma política monetária um pouco mais expansionista pode ser apropriada", disse Powell.
Powell manteve que a inflação fraca, que falha persistentemente em subir para a meta de 2% do Fed, apresenta um risco significativo contra o qual o Fed precisa se proteger.
Os mercados financeiros consideraram os depoimentos de Powell como um sinal de que quando as autoridades se reunirem em três semanas, o Fed vai cortar os juros pela primeira vez desde a crise financeira.
(Reportagem de Dan Burns)