Por Linda Sieg
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, manteve aliados em postos-chave em uma remodelação do gabinete nesta quarta-feira, apostando no que já está seguro enquanto se volta para a economia, após a promulgação de leis de segurança nacional provocaram divisões no país e prejudicaram a popularidade.
Em uma comprovação da mudança de foco prometida, Abe escolheu Katsunobu Kato, um vice-chefe da secretaria de Governo, para um novo posto no comando de uma nova meta, a de construir uma "sociedade onde todas as 100 milhões de pessoas possam estar ativas".
Kato será o encarregado de coordenar as políticas para tentar elevar a baixa taxa de fertilidade, reformar o periclitante sistema de previdência social e impulsionar o crescimento, questões centrais de uma plataforma que Abe espera vá atrair votos nas eleições para a Câmara Alta em julho.
O novo objetivo, dizem assessores, serve para Abe mostrar que todos os japoneses serão incluídos no crescimento econômico. Alguns críticos, no entanto, dizem que esse discurso ecoa como propaganda de guerra.
"Este governo tem como objetivo enfrentar os desafios para o futuro: colocar os freios sobre o envelhecimento da população para evitar que a população caia abaixo de 100 milhões, e criar uma sociedade onde qualquer pessoa, jovens e velhos, homens e mulheres, aqueles que sofrem de doenças incuráveis e as pessoas com mobilidade reduzida, possam dar mais um passo a frente", disse Abe em entrevista à imprensa.
Abe acrescentou ter instruído Kato à criação de um novo conjunto de políticas para uma primeira rodada de ações até o final do ano.
A tentativa de Abe de elevar sua popularidade por meio de uma ampla reformulação do gabinete, incluindo cinco mulheres no ministério, desmoronou em setembro de 2014, quando dois ministros renunciaram por causa de escândalos.
Desta vez, ele optou pela estabilidade no núcleo central, mas incluiu dez novos nomes no gabinete.
(Reportagem adicional de Kiyoshi Takenaka e Tetsushi Kajimoto)