Taxas dos DIs sobem com mercado atento a comentários de Haddad e Motta

Publicado 22.09.2025, 12:33
Atualizado 22.09.2025, 12:35
© Reuters.

(Reuters) - As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) sobem nesta segunda-feira, com investidores monitorando comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente da Câmara, Hugo Motta, durante evento em São Paulo, enquanto no exterior os rendimentos dos Treasuries oscilam em torno da estabilidade.

Às 12h01, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 14,04%, ante o ajuste de 13,981% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2032 marcava 13,515%, ante o ajuste de 13,388%.

Em evento promovido pelo BTG Pactual, Haddad defendeu que, para o arcabouço fiscal ser fortalecido, é necessário criar condições políticas para tratar sobre ajustes de regras com os parlamentares.

O ministro disse ainda que não vê uma norma fiscal melhor que a do arcabouço e defendeu o combate de "desperdícios" com o avanço de propostas que já estão tramitando no Congresso Nacional, após citar temas como supersalários no serviço público e Previdência de militares.

No mesmo evento, o presidente da Câmara, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil será pautada no plenário possivelmente para a próxima semana. O parlamentar disse ainda que a isenção, sem que haja medidas para compensar a perda de arrecadação, seria algo "negativo".

As taxas dos DIs, que já subiam antes do início dos comentários de Haddad e Motta, aprofundaram os ganhos durante a manhã, em sintonia com o avanço do dólar ante o real e com o recuo firme do Ibovespa, em uma sessão no geral negativa para os ativos brasileiros.

Investidores também se preparavam para uma bateria de indicadores e eventos durante a semana -- entre eles, a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na terça-feira, o IPCA-15 de setembro e o Relatório de Política Monetária do BC, ambos na quinta-feira. Nos EUA, destaque para dados do Produto Interno Bruto (PIB), na quinta-feira, e para o índice PCE, na sexta-feira.

No campo político, há ainda expectativa pelo discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, na terça-feira. A ocasião poderá marcar o primeiro encontro de Lula com o presidente dos EUA, Donald Trump, desde que o norte-americano anunciou retaliações ao Brasil em meio ao julgamento no Supremo Tribunal Federal do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado.

No fim da manhã desta segunda-feira, comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA informou que o país impôs sanções a Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes -- relator do processo que levou à condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Operador ouvido pela Reuters pontuou que a retaliação à esposa de Moraes fez preço na curva, que ampliou a alta após o anúncio. No mercado, o temor é de que possa haver uma nova escalada de medidas dos EUA contra o Brasil, afetando o câmbio e, consequentemente, as taxas de juros.

Às 12h01 o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento -- caía 1 pontos-base, a 4,131%.

Pela manhã, o relatório Focus divulgado pelo BC mostrou que a projeção mediana dos economistas de mercado para a inflação para 2025 seguiu em 4,83% e para 2026 passou de 4,30% para 4,29%. A taxa Selic projetada para o fim deste ano permaneceu em 15% -- o que sugere estabilidade até o fim de 2025. Para o fim de 2026, a Selic projetada foi de 12,38% para 12,25%.

 

(Por Fabrício de Castro)

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