Bitcoin recua com tensão EUA-China e puxa queda generalizada no mercado cripto
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - A queda do dólar ante as demais divisas no exterior, sob efeito da guerra comercial entre EUA e China e da perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve, determinou a baixa da moeda norte-americana também no Brasil nesta quinta-feira.
O dólar à vista fechou com baixa de 0,35%, aos R$5,4433. No ano, a divisa acumula queda de 11,91%.
Às 17h02, na B3 o dólar para novembro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,17%, aos R$5,4635.
A moeda norte-americana oscilou em baixa ante o real durante todo o dia, guiada pelo exterior, onde o dólar caía ante divisas fortes como o euro e a libra, além de ceder ante moedas pares do real como o rand sul-africano, o peso mexicano e o peso chileno.
Por trás do movimento estavam o desconforto persistente com o embate comercial entre EUA e China, ainda sem solução, e a perspectiva de que o Fed seguirá cortando juros em suas próximas reuniões.
No Brasil, o dólar atingiu a menor cotação do pregão, de R$5,4215 (-0,75%), às 11h39, para depois atingir a máxima de R$5,4598 (-0,04%) às 13h46 -- voltando a exibir perdas um pouco maiores no restante da tarde.
Pela manhã, o destaque no Brasil foi a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que subiu 0,4% em agosto ante julho, na série dessazonalizada. A alta veio após três meses seguidos de queda, mas ficou abaixo do 0,6% projetado por economistas ouvidos pela Reuters.
O resultado abaixo do esperado, na visão de alguns analistas, sugere continuidade da desaceleração da economia -- algo que está de acordo com o cenário base do próprio BC.
Ainda assim, o discurso de autoridades da autarquia sobre a taxa básica Selic, hoje em 15% ao ano, seguiu cauteloso. Em evento do UBS BB nesta quinta-feira, em Washington, o diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, afirmou que os dirigentes da instituição compreendem que a política monetária atual está mais restritiva do que em ciclos anteriores, e desejam que ela permaneça assim.
No mercado de câmbio, a avaliação é de que a perspectiva de mais cortes de juros nos EUA, com manutenção da Selic em 15%, segue favorecendo o fluxo de dólares para o Brasil.
No fim da manhã, o Banco Central vendeu 40.000 contratos de swap cambial em operação para rolagem do vencimento de 3 de novembro.
Às 17h07, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,33%, a 98,342.