Bitcoin recua com tensão EUA-China e puxa queda generalizada no mercado cripto

Investing.com - O mercado de criptomoedas voltou a operar em terreno negativo nesta quinta-feira (16), em meio à intensificação das tensões comerciais e diplomáticas entre Estados Unidos e China, que reacenderam a aversão ao risco global. O clima geopolítico mais carregado, somado ao aumento das liquidações em operações alavancadas, reforçou a percepção de cautela entre os investidores digitais. Por volta das 16h55 (horário de Brasília), o recuo do Bitcoin refletia não apenas um ajuste técnico, mas também o impacto direto de declarações hostis entre Washington e Pequim, que acusam um ao outro de manipular mercados e promover instabilidade econômica.

Segundo dados da Binance, o BTC era negociado a US$ 108.187,7 no fim da tarde, com queda de 2,95% nas últimas 24 horas. O Ethereum seguia a mesma direção, recuando 2,55% e sendo cotado a US$ 3.883,38, enquanto a Solana registrava a pior performance entre as principais, despencando 4,42% para US$ 186,226. A movimentação ocorre após mais de US$ 600 milhões em posições serem liquidadas em menos de um dia, afetando cerca de 200 mil traders, de acordo com dados da CoinGlass.

No cenário internacional, o aumento das tarifas anunciadas pelos EUA contra produtos chineses e as críticas públicas feitas por autoridades de ambos os países intensificaram a pressão sobre os ativos de risco. A disputa por commodities estratégicas, como terras raras, abriu uma nova frente no embate comercial, com cada lado acusando o outro de desestabilizar os mercados globais. O episódio coincidiu com encontros diplomáticos paralelos envolvendo líderes dos EUA, Rússia e Ucrânia, aumentando ainda mais a incerteza sobre o cenário político mundial.

Diante desse ambiente, investidores de cripto têm adotado uma postura mais defensiva, reduzindo posições alavancadas e priorizando liquidez. O índice de sentimento Fear & Greed, que estava em zona de ganância na semana passada, despencou para a faixa de “medo”, refletindo a mudança abrupta no humor do mercado. Embora analistas apontem que o suporte psicológico dos US$ 110 mil ainda seja relevante para o Bitcoin, a continuidade do fluxo vendedor sugere que o movimento de correção pode se estender caso o cenário macro permaneça deteriorado.

"Do lado técnico, o ativo enfrenta uma forte zona de oferta entre US$ 115.000 e US$ 116.700, faixa que já provocou rejeições recentes. Um rompimento consistente dessa região poderia abrir espaço para uma nova pernada de alta em direção aos US$ 120 mil. Já o suporte tem um piso mais abaixo em torno de US$ 106.000. Enquanto isso, o mercado como um todo permanece seletivo. Algumas altcoins se destacam no curto prazo, impulsionadas por fluxos institucionais e ciclos setoriais rápidos. No entanto, o índice de Altseason permanece em patamar neutro, indicando que a dominância segue concentrada nos principais ativos e que os investidores ainda buscam segurança e liquidez, ao invés de assumir riscos mais amplos", comentou Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil.

"O Bitcoin vive um momento de reset técnico, típico de grandes ciclos: a queda abrupta pode abrir espaço para entradas oportunistas, mas exige disciplina. O macro (Fed, China, liquidez institucional) será determinante para definir se esta correção vira oportunidade ou o início de uma tendência mais profunda de baixa", analisou o WarrenAI.