WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta segunda-feira que o Federal Reserve vá além de um "corte pequeno de juros" nesta semana, aumentando a pressão sobre o banco central para reduzir os custos dos empréstimos em um ritmo mais rápido do que Wall Street espera.
Em uma série de publicações no Twitter antes da reunião do Fed marcada para terça e quarta-feira, Trump reiterou suas críticas às autoridades independentes do banco central dos EUA, os acusando de agir com muita cautela em comparação à China e à Europa.
O presidente republicano, que está buscando a reeleição em 2020 e vinculou seus esforços em parte à força da economia dos EUA, está lutando por uma reviravolta financeira por meio de um corte na taxa de empréstimos de curto prazo para conter uma desaceleração econômica global.
As autoridades do Fed devem reduzir os juros em 0,25 ponto percentual na quarta-feira, embora alguns investidores vejam chances de uma redução de 0,50 ponto percentual.
"A União Europeia e a China reduzirão ainda mais os juros e injetarão dinheiro em seus sistemas, tornando muito mais fácil para seus fabricantes venderem produtos. Enquanto isso, e com inflação muito baixa, nosso Fed não faz nada -- e provavelmente fará muito pouco em comparação. Muito ruim!", escreveu ele no Twitter.
"O Fed fez todos os movimentos errados. Um corte pequenos nos juros não é suficiente, mas vamos vencer de qualquer maneira!", acrescentou ele.
As autoridades do Fed disseram repetidamente que não aceitarão ordens do presidente. Embora estejam dando vários sinais sobre um iminente corte de juros há semanas, eles deixaram claro que acham que o mercado de trabalho do país ainda parece bastante sólido.
Um esfriamento na atividade industrial dos EUA pode ser um sinal de que a economia norte-americana está sentindo o impacto de uma desaceleração econômica na Europa, Ásia e América Latina. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego nos EUA permanece próxima da mínima de 50 anos.
Dados os sinais conflitantes, as autoridades deixaram em aberto a questão de se o corte esperado nos juros na quarta-feira vai inaugurar uma série de cortes nos custos dos empréstimos de 0,25 ponto percentual que podem se estender até o ano que vem, ou algo mais limitado.
(Por Susan Heavey)