Atenas, 8 set (EFE).- O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, apresentou neste sábado um plano econômico de quatro anos que contempla a redução de uma série de impostos, o aumento do salário mínimo e a restauração da negociação coletiva, tudo isso sem pôr em perigo a estabilidade orçamentária.
"Estamos decididos a cumprir nossos objetivos estipulados (com as instituições credoras) para os próximos anos. Não permitiremos que a Grécia retorne à era do déficit e ao descarrilamento fiscal", disse Tsipras na feira de Salonica, que este ano serviu de palanque para a apresentação de seu programa político e econômico uma vez superado o resgate financeiro do país.
Tsipras garantiu que seu objetivo é transformar a Grécia em um novo "modelo global", em um "novo exemplo alternativo de crescimento e prosperidade", no qual se possam atrair investimentos, respeitar o caminho fiscal e, ao mesmo tempo, garantir trabalhos e condições salariais decentes.
O primeiro-ministro se fixou a meta ambiciosa de reduzir o desemprego a 10% (do 19,5% atual) nos próximos cinco anos.
Para isso, segundo disse, o governo se focará em atrair investimentos e em aprofundar as reformas estruturais, a fim de transformar a Grécia "em um estado moderno, eficiente e europeu".
No plano fiscal, anunciou a redução escalonada em quatro anos do imposto de sociedades do 29% atual a 25%; a redução do IVA de 24% a 22% (o reduzido, de 13% a 12) e do imposto sobre bens imóveis em até 50%; assim como uma redução de até 35% da cota de autônomos.
Tsipras disse que espera que em outubro já possa anunciar a suspensão da redução das pensões estipulada com os credores a partir do próximo ano, uma vez que tenha apresentado diante da Comissão Europeia a minuta para o orçamento geral do próximo ano.
Nesse contexto, lembrou que o novo corte, que se transformaria no 13º desde 2010 - se legislou a pedido do Fundo Monetário Internacional (FMI), que sem essa medida não considera factível que a Grécia alcance a médio prazo seu objetivo de gerar superavit primário de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Quero dizer claramente que, de acordo com os números e as previsões que temos para 2019, a posição do FMI não está justificada", ressaltou Tsipras.
A economia grega está estabilizada e "tem o potencial não só de conseguir superavit primário, mas também espaço fiscal adicional", disse Tsipras, que cifrou em 3,5 bilhões de euros o espaço fiscal de 2019 até 2022.