Atenas, 15 mai (EFE).- O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, espera que a Grécia possa voltar aos mercados financeiros em 2017 se seu governo conseguir pactuar com os credores um alívio da dívida.
"Se no dia 24 de maio (reunião do Eurogrupo) conseguirmos o que queremos em relação à dívida, em 2017 poderemos voltar aos mercados, e talvez possamos deixar para trás os programas de resgate muito antes de terminar o atual memorando (agosto de 2018)", afirmou Tsipras em uma entrevista à edição dominical do jornal "Real News".
Segundo Tsipras, assim que a Grécia conseguir fechar com seus parceiros esta primeira avaliação do resgate "termina um círculo e a Grécia entrará em uma nova era".
Concretamente, o líder esquerdista conta com que uma vez concluídas as atuais negociações, seu governo não terá que aplicar mais medidas fiscais.
Na semana passada, o Parlamento aprovou uma reforma tributária e de previdência, que quer economizar 3,4 bilhões de euros (2% do PIB), aos quais se somará na próxima semana um pacote de medidas de outro 1,8 bilhão de euros (1% do PIB).
O objetivo é conseguir um superávit primário de 3,5% do PIB em 2018.
Além disso, o governo de Tsipras se comprometeu com seus parceiros a legislar um pacote de medidas de contingência no valor de 3,6 bilhões de euros, para o caso de que, como prevê o FMI, a Grécia não consiga cumprir essa meta orçamentária.
Na entrevista, Tsipras evita assinalar se este pacote preventivo conterá novas reduções de salários e pensões, como exigiu o FMI, mas deixa claro que "em nenhum caso não inclui demissões no setor público".
Tsipras diz estar convencido de que não será necessário "ativar" este mecanismo nos próximos três anos, pois até 2019 a economia grega terá conseguido subir "cerca de sete pontos", já que o alívio da dívida permitirá restaurar a confiança do mercado na economia grega.