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REPERCUSSÃO-Câmara aprova abertura de impeachment contra presidente Dilma Rousseff

Publicado 18.04.2016, 01:00
© Reuters. Deputados durante sessão da Câmara que aprovou o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff

SÃO PAULO (Reuters) - A Câmara dos Deputados aprovou neste domingo o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, tornando seu afastamento da Presidência praticamente irreversível.

Os votos favoráveis ao impeachment na Câmara somaram 367, ante 342 necessários para aprovação da admissibilidade do impedimento da presidente Dilma, devido às chamadas pedaladas fiscais e por ter editado decretos orçamentários sem autorização do Congresso. Os votos contrários ao impeachment somaram 137 e as abstenções 7.

Agora o pedido de abertura de processo de impeachment irá ao Senado, que poderá rejeitar e arquivar o caso ou autorizar a instalação do processo, cenário que implicaria no afastamento de Dilma do cargo por até 180 dias, período em que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumiria a Presidência da República interinamente.

Veja abaixo reações sobre a aprovação do pedido de impeachment:

SENADOR AÉCIO NEVES(PSDB-MG), PRESIDENTE DO PARTIDO

"Vitória do impeachment. Vitória dos brasileiros e da democracia. Daqui para frente, todos os governos vão saber que ninguém está acima da lei, que ninguém é dono do país, nem do Estado, nem da democracia."

"A luta ainda não acabou. Agora, o pedido de impeachment vem para o Senado. Vamos em frente. Vamos tirar o Brasil da crise."

MOREIRA FRANCO, PRESIDENTE, FUNDAÇÃO ULYSSES GUIMARÃES

"A Câmara dos Deputados ofereceu hoje ao país a chance real de mudar. Mudar a política econômica que gera inflação, que corta empregos, que leva os serviços públicos à falência, que corrói a renda dos brasileiros."

"É preciso manter a mobilização nacional para que o Senado também ouça o clamor das ruas. Como bem dizia doutor Ulysses, 'quando o Brasil quer, o Brasil muda'."

MINISTRO-CHEFE DO GABINETE PESSOAL, JAQUES WAGNER

"Foi um retrocesso a instauração de processo de impeachment contra a Presidente da República, Dilma Rousseff, eleita por 54 milhões de votos e sem nenhum processo e crime de responsabilidade. De modo que a decisão da Câmara dos Deputados ameaça interromper 30 anos de democracia no país."

"Caberá ao Senado processar e julgar a presidente Dilma, que continua no cargo até o final do julgamento. Confiamos nos senadores e esperamos que seja dada maior possibilidade para que ela apresente sua defesa, e que lhe seja aplicada justiça."

"Acreditamos que o Senado, que representa a federação, possa observar com mais nitidez as acusações contra a presidenta, uma vez que atingem também alguns governadores de Estado. "

"Digo que é um retrocesso porque se trata de um impeachment orquestrado por uma oposição que não aceitou a derrota nas últimas eleições, e que não deixou a presidenta governar, boicotando suas iniciativas e a retomada do desenvolvimento do país."

"Os deputados fecharam os olhos às melhorias dos últimos 12 anos, aos avanços, à inclusão social, índices históricos de crescimento econômico e à redução da pobreza”.

DEPUTADO JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE), LÍDER DO GOVERNO

"Nós estamos firmes, o país vai se levantar contra esses golpistas. Nos perdemos por que os golpistas foram mais fortes comandados pelo Eduardo Cunha."

"Reconhecemos a derrota, mas de cabeça erguida. Em nome do governo, da base, a luta continua agora nas ruas e no Senado Federal. A luta continua agora nas ruas e no Senado Federal. O governo está inteiro para barrar o golpe no Senado Federal."

SENADOR JOSÉ AGRIPINO MAIA (DEM-RN), PRESIDENTE DO PARTIDO

"A esmagadora maioria dos votos declarados para o impeachment foi justificada pelo respeito aos eleitores e à familia de cada um. Ganhou a voz das ruas. Ao NÃO, restou a retórica vazia da alegação de golpe democraticamente destruída pelo acachapante resultado dos votos."

DEPUTADO PAULO PIMENTA (PT-RS)

"O nosso próximo passo é estudar a maneira como vamos trabalhar esta questão no Senado." 

"Vamos organizar um grande movimento de massas, grande movimento popular em defesa da legalidade e da democracia. E não há possibilidade de nós reconhecermos a legitimidade fruto de um golpe."  

SENADOR RONALDO CAIADO (DEM-GO), LÍDER DO PARTIDO

"Espero que a partir de amanhã, em reunião de lideranças, possamos fazer acordo de procedimento para rapidamente instalar e votar a comissão (no Senado)."

SENADOR HUMBERTO COSTA (PT-PE), LÍDER DO GOVERNO

"Lógico que vamos resistir no Senado. Vamos sentar para ver... Temos que traçar uma estratégia."

"O que deu errado já vem dando errado há muito tempo. Difícil consertar um problema que já está acontecendo há muito tempo."

GOVERNADOR DE SÃO PAULO GERALDO ALCKMIN (PSDB)

"Deputados ouviram a sociedade. Foi apenas um primeiro passo, mas de imenso significado para encerrar a crise política, recuperar a economia e gerar empregos."

SENADOR LINDBERGH FARIAS (PT-RJ)

"Hoje a oposição não tem dois terços no Senado para o afastamemto definitivo da presidente."

SENADOR ALOYSIO NUNES(PSDB-SP)

"A presidente cometeu crimes graves e, por isso, deve ser punida. O Senado vai assinar o atestado de óbito. Depois desse processo, o PSDB tem obrigação de ajudar a reconstruir o Brasil."

DEPUTADO MARCO MAIA (PT-RS), EX-PRESIDENTE DA CÂMARA

"No Senado é outra disputa. Evitar o afastamento é mais difícil, agora a consolidação do impeachment no Senado é outra história."

© Reuters. Deputados durante sessão da Câmara que aprovou o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff

(Reportagem de Alonso Soto, Maria Carolina Marcello, Natalia Scalzaretto, Leonardo Goy e Eduardo Simões; Edição de Raquel Stenzel)

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