O Banco de Compensações Internacionais (BIS), considerado o banco dos bancos centrais, está incentivando os bancos centrais de todo o mundo a acelerarem o processo de desenvolvimento de suas CBDCs (moedas digitais de banco central).
Isso porque, segundo a instituição, a pandemia do coronavírus revelou deficiências nos sistemas de pagamentos digitais. Assim, as moedas digitais poderiam garantir a segurança e integridade dos sistemas de pagamentos em meio à aceleração da inovação no setor.
A recomendação foi feita em um capítulo especial sobre bancos centrais e pagamentos na era digital divulgado pelo BIS nesta quarta-feira, dia 24 de junho. O documento, que analisa o impacto da transformação dos sistemas de pagamentos nos últimos anos, bem como as implicações da Covid-19, será publicado no relatório anual do banco.
Meio de pagamento seguro, confiável e acessível No documento, o BIS enfatizou a importância dos bancos centrais desenvolverem suas CBDCs como meio de pagamento adicional, seguro, confiável e amplamente acessível.
“À medida que as inovações surgem cada vez mais fora da estrutura tradicional de dois níveis fornecida pelos bancos centrais e bancos comerciais, é essencial que os formuladores de políticas enfrentem os desafios dessas novas inovações para manter a integridade do sistema de pagamentos”, disse o conselheiro econômico e chefe de Pesquisas do BIS, Hyun Song Shin.
Ele também pontuou que, embora o setor privado esteja bem posicionado para atender melhor os clientes, isso poderá ser mais bem feito se ocorrer em “sólidas fundações dos bancos centrais.”
O diretor do BIS Innovation Hub, Benoît Coueré, também corroborou a fala de Shin. Segundo ele, os bancos centrais de todo o mundo estão intensificando seus esforços para estudar as CBDCs.
“Seja no atacado ou no varejo, o objetivo é criar instrumentos de liquidação seguros e confiáveis para transações na economia digital. Em conjunto, a coordenação de políticas internacionais pode garantir que todos os avanços nos sistemas de pagamento facilitem maior eficiência, integração internacional, segurança, inclusão financeira e inovação.”