Um estudo da PwC mostrou que 51% dos CEOs brasileiros do ramo financeiro acham que suas empresas não sobrevivem nos próximos 10 anos sem mudanças no modelo de negócio. No mundo, essa taxa é de 40%.
Os dados fazem parte do relatório 27ª Global CEO Survey, da PwC, que questionou mais de 4.700 líderes empresariais no mundo e no Brasil. O levantamento faz parte do estudo divulgado há 2 semanas sobre os empresários do Brasil, mas, agora, focado somente no setor financeiro.
A percepção piorou mais entre os CEOs de empresas financeiras no Brasil do que no mundo em 2024. O percentual passou de 34% para 51% entre CEOs brasileiros no ano passado. No mundo, aumentou de 39% para 40%.
Lindomar Schmoller, sócio da PwC Brasil e líder do setor de serviços financeiros, disse que o relatório foi apresentado para autoridades em Davos, na Suíça, em 2024. “Há uma preocupação crescente dos CEOs em relação à viabilidade e resiliência dos negócios se mantido o rumo atual de como os negócios são geridos nos próximos anos”, declarou.
As forças que pressionam essa necessidade de reinvenção no Brasil são “mudanças tecnológicas”, “mudanças na preferência do consumidor” e “regulamentação governamental”. Schmoller declarou que a longevidade das empresas depende das inovações tecnológicas.
“Tem uma preocupação que, se o negócio que ele toca atualmente não for reinventado ou transformado, provavelmente ficará inviável nos próximos 10 anos. É com essa preocupação de criar resultados no hoje e pensar na transformação dos negócios para amanhã”, disse.
Segundo o relatório do PwC, não há uma descrença no setor, mas 51% dos CEOs financeiros no Brasil entendem que é preciso fazer uma transformação significativa para que o empreendimento fique viável economicamente.
EXPECTATIVA DE CRESCIMENTO
Os CEOs brasileiros do ramo financeiro estão otimistas com o crescimento do Brasil. O levantamento questionou se, em 2024, haverá uma aceleração, estabilidade ou desaceleração do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no país do executivo que responde à pesquisa.
No Brasil, 60% acreditam em aceleração e 11% apontam estabilidade em 2024. O restante (29%) espera desaceleração. Já para o crescimento global, a pesquisa diz que 37% dos CEOs brasileiros do setor apostam em aceleração e 34% estimam estabilidade. Outros 29% esperam desaceleração.
METODOLOGIA
A PwC ouviu 4.702 executivos, em 105 países e territórios, de 2 de outubro a 10 de novembro de 2023. Os números são ponderados conforme o PIB nominal dos países para equilibrar as opiniões dos CEOs em todas as principais regiões. As entrevistas foram realizadas sob condição de confidencialidade.