BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que a invasão identificada ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) envolveu problemas na autenticação do acesso de usuários, não sendo fruto da ação de hackers.
Em entrevista na sede da pasta, Haddad disse que o incidente estaria relacionado a algum usuário com acesso à plataforma, que é gerenciada pelo Tesouro Nacional e centraliza os pagamentos do governo federal.
De acordo com o ministro, não houve uma quebra na segurança do sistema em si. Ele afirmou não ter informações sobre valores que podem ter sido desviados.
"Não foi uma ação de um hacker que quebrou segurança, não foi isso, foi um problema de autenticação. É isso que a Polícia Federal está apurando e, obviamente, está rastreando para chegar aos responsáveis", disse Haddad.
O jornal Folha de S.Paulo noticiou nesta segunda-feira que o sistema usado na execução de pagamentos do governo foi invadido e há suspeitas de desvio de recursos.
O Tesouro disse em nota que houve "utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular". O órgão disse que as tentativas de realizar operações na plataforma foram identificadas e não causaram prejuízos ao sistema.
"O Tesouro Nacional trabalha em colaboração com as autoridades competentes para a condução das investigações, e reitera seu compromisso com a transparência, a segurança dos sistemas governamentais e a preservação do adequado zelo das informações, até o término das apurações", disse.
Uma fonte do governo a par das discussões informou à Reuters que um grupo teria fraudado certificados digitais que viabilizam o acesso ao Siafi. Depois da identificação do incidente, o sistema foi alterado, aceitando certificados gerados apenas por empresas públicas, e barrando aqueles de empresas privadas.
Segundo ela, a Polícia Federal e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República estão investigando o esquema criminoso desde o início de abril, e a investigação sigilosa estaria em fase de ordem judicial para prisão dos responsáveis.
(Reportagem de Victor Borges e Bernardo Caram)