Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul está "maduro", afirmando estar confiante em sua assinatura.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Alckmin disse que o Brasil precisa de mais acordos comerciais e que estimular o comércio exterior é "questão de vida ou morte" para a economia.
"Nós precisamos é estimular mais empresas a participar do comércio exterior, que é o que nós estamos fazendo permanentemente", afirmou o vice-presidente.
Alckmin citou exigências da União Europeia no que diz respeito à preservação da Amazônia como uma "dificuldade" nas negociações do acordo com o Mercosul, mas disse que o governo vai resolver esse impasse.
"O que nós temos que fazer? Uma contraproposta, dizer: olha, o governo mudou, nós temos compromisso com o combate às mudanças climáticas, o Brasil vai ser o grande protagonista dessa transição energética", afirmou ele, acrescentando que o Brasil será "exemplo para o mundo" caso consiga destravar as negociações do acordo UE-Mercosul.
Um adendo da UE ao acordo comercial inclui compromissos em matéria de sustentabilidade e mudanças climáticas e introduz sanções para os países que não cumpram os objetivos climáticos definidos no Acordo de Paris de 2015. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer no mês passado que essas exigências configuram "ameaça" ao Brasil.
JUROS
Alckmin disse ainda durante a entrevista à emissora que o governo está confiante na queda da taxa Selic, ao mesmo tempo que alegou não haver questionamentos à autonomia do Banco Central, que tem sido criticado há meses por Lula e aliados.
"Ninguém está questionando a autonomia, a independência do Banco Central; o que está se fazendo é uma discussão que é normal na vida pública", disse Alckmin.
A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, mas o BC sinalizou na ata de seu último encontro de política monetária que pode começar a cortar os juros a partir de agosto, desde que se mantenha cenário de arrefecimento da inflação e ancoragem das expectativas.
(Por Luana Maria Benedito)