Por Patricia Zengerle e Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - Uma esperada ajuda dos Estados Unidos em bilhões de dólares para Ucrânia, Israel e Taiwan deve ser aprovada facilmente pelo Senado do país nesta semana, depois que a Câmara dos Deputados encerrou um impasse de meses sobre o financiamento e aprovou a assistência em uma rara sessão de sábado.
O Senado vai analisar nesta terça-feira o pacote de quatro projetos de lei, um que fornece 61 bilhões de dólares para a Ucrânia, um segundo com 26 bilhões de dólares para Israel, um terceiro com 8,12 bilhões de dólares "para combater a China comunista" no Indo-Pacífico e um quarto que incluem uma possível proibição do aplicativo TikTok, medidas para a transferência de bens russos apreendidos para a Ucrânia e novas sanções ao Irã.
O pacote pode ser aprovado no Senado já nesta terça-feira e seguir para a Casa Branca, onde o presidente Joe Biden prometeu sancioná-lo rapidamente.
Isso abriria caminho para as remessas de assistência militar chegarem à Ucrânia dentro de alguns dias, proporcionando um impulso moral enquanto suas tropas lutam contra os invasores russos. O influxo de armas deve melhorar as chances de Kiev de evitar um grande avanço russo no leste, disseram os analistas, embora tivesse sido mais útil se a ajuda tivesse chegado mais perto de quando Biden a solicitou no ano passado.
Não ficou imediatamente claro como o dinheiro para Israel afetará o conflito em Gaza - Israel já recebe bilhões de dólares em assistência de segurança dos EUA. O pacote também inclui assistência humanitária, que os apoiadores esperam que ajude os palestinos em Gaza.
O projeto de lei de Israel foi aprovado na Câmara por uma esmagadora maioria de 366 a 58 - com 21 republicanos e 37 democratas votando contra.
Os votos contrários dos republicanos vieram da ala mais radical do partido, que geralmente se opõe à ajuda externa. Os democratas que votaram "não" disseram que queriam que fosse feito mais para aliviar o devastador custo humanitário da campanha de Israel em Gaza, em retaliação aos ataques de 7 de outubro dos combatentes do Hamas que mataram 1.200 pessoas e resultaram em cerca de 250 reféns.
A ofensiva militar israelense que se seguiu a esses ataques já matou mais de 34.000 pessoas em Gaza, de acordo com as autoridades de saúde do enclave.
O Senado aprovou a ajuda de segurança para Ucrânia, Israel e o Indo-Pacífico há mais de dois meses, com o apoio de 70% dos 100 membros da Casa, tanto republicanos quanto democratas.
"A Câmara agiu, agora é a vez do Senado, e a linha de chegada está à vista", disse o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, em um comunicado após a votação na Câmara. "Aos nossos amigos na Ucrânia, aos nossos aliados na Otan, aos nossos aliados em Israel e aos civis em todo o mundo que precisam de ajuda: tenham certeza de que os Estados Unidos vão entregar mais uma vez."
A Casa Branca disse que Biden afirmou ao presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy em um telefonema na segunda-feira que seu governo fornecerá nova assistência de segurança "para atender às necessidades urgentes do campo de batalha e da defesa aérea da Ucrânia" assim que ele assinar os projetos de lei de gastos suplementares.
A Câmara aprovou o financiamento para a Ucrânia por 311 a 112 votos, sendo que todos os votos contrários vieram dos republicanos. Apenas 101 republicanos votaram a favor, forçando o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, a contar com o apoio dos democratas e provocando pedidos pela sua destituição do cargo de líder da Câmara.