O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Márcio de Lima Leite, declarou nesta 2ª feira (7.out.2024) que a indústria automotiva brasileira enfrenta um aumento no custo de frete de peças por causa do volume de importações chinesas que inundam os portos do país.
Em conversa com jornalistas, Leite afirmou que as fabricantes instaladas no Brasil tem se voltado para o frete aéreo –mais caro do que o marítimo– para trazer peças ao Brasil pois os navios que chegam ao país estão ocupados com veículos da China, principalmente híbridos e elétricos.
“Estamos vendo um aumento grande do número de fretes aéreos para que os fabricantes consigam trazer os seus insumos, peças, itens, tecnologias para fabricarem no Brasil, não tendo condição de usar o transporte marítimo como vinham utilizando antigamente, porque hoje os portos e os navios estão com um volume muito grande devido a essas importações”, disse.
Segundo os dados mais recentes da Anfavea, 82.658 veículos produzidos na China foram vendidos no Brasil de janeiro a setembro deste ano. Esse volume representa um aumento de 290% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Como mostrou o Poder360, a Anfavea se preocupa com o estoque de veículos chineses que já estão no país. De acordo com a entidade, cerca de 86.200 carros chineses estão ocupando pátios no Brasil, o equivalente a toda absorção do mercado interno do país nos últimos 9 meses.
Diante desse cenário, a Anfavea tem pressionado o governo a impor restrições contra as importações chinesas. A avaliação da entidade é que o aumento do imposto de importação iniciado este ano não foi o suficiente para impedir os efeitos das importações nas fábricas nacionais.
ENCONTRO COM LULA
O presidente da Anfavea disse que vai se reunir com presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na 3ª feira (8.out) para tratar do mercado automotivo do país. Também vão participar alguns CEOs das montadoras com fábricas instaladas no país.
O Poder360 confirmou a agenda com o Planalto, que está marcada para as 15h, depois da cerimônia de sanção do Combustível do Futuro. É esperado que as montadoras peçam medidas mais rígidas ao presidente para frear as importações chinesas.