Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu cinco notificações de efeitos adversos em pessoas que receberam a vacina da AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) no país, com a formação de coágulos, mas em quatro deles não foi encontrada relação com a vacinação, enquanto um ainda está em estudo.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira em entrevista de técnicos da Anvisa, depois do anúncio da concessão do registro definitivo da vacina no Brasil.
Segundo a gerente de Farmacovigilância da Anvisa, Helaine Carneiro, apenas um caso ainda está sendo analisado, mas até agora não foi possível relacionar o aparecimento dos coágulos nos pacientes com a aplicação da vacina.
Carneiro explicou que o aparecimento de coágulos é comum em pessoas mais velhas, e disse que as mais de 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca aplicadas no Brasil foram destinadas majoritariamente a idosos.
"Idosos podem ser acometidos por essas doenças independentemente de vacinação ou não, "afirmou.
Esta semana, países europeus como Áustria, Dinamarca e Noruega suspenderam a aplicação da vacina da AstraZeneca depois do registro da formação de coágulos em pessoas que foram vacinadas. As autoridades de saúde dos países informaram que a suspensão foi uma medida preventiva, já que não há como, no momento, relacionar os casos com a vacina.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Agência Europeia de Medicamentos indicaram que a vacinação deve continuar a ser aplicada e que não há provas da relação dos coágulos com a vacina.
A vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceira com a Universidade de Oxford e produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), recebeu nesta sexta-feira o registro definitivo da Anvisa. Até o momento, estava sendo aplicada com registro emergencial.