BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que o primeiro semestre deve chagar ao fim com a Câmara tendo aprovado o arcabouço fiscal e a reforma tributária, enquanto o Senado pode votar pelo menos a nova regra para as contas públicas, o que, segundo ele, dará tranquilidade a investidores e ao Banco Central.
O prognóstico foi feito pelo ministro após dizer ter constatado, em reunião com autoridades e representantes do setor privado, que há consenso sobre a urgência da aprovação das duas reformas.
"Isso vai dar uma tranquilidade muito grande para os investidores, para a autoridade monetária e para os ministros do governo de que terão condições de trabalhar em proveito do bem-estar do país", afirmou.
Haddad participou de reunião na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que ainda contou com a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Também estiveram no encontro para discutir o novo marco fiscal e a reforma tributária representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Haddad disse ter ficado bem impressionado com a discussão em torno das duas matérias, ressaltando que seu ministério não tem o que se queixar sobre o diálogo com o Congresso e o Judiciário em relação à agenda de equilíbrio das contas públicas.
Em entrevista após o encontro, Lira afirmou que conversará com líderes de bancada para definir se o arcabouço fiscal será votado já nesta terça ou na quarta-feira no plenário da Casa.
A discussão com as lideranças deverá servir para sondar o clima político para a aprovação da matéria, ou se alguma negociação de última hora ainda será necessária.
O relator da matéria, deputado Claudio Cajado (PP-BA), tem feito rodadas finais de consultas a parlamentares antes de divulgar o parecer final que será apresentado para votação. Ele tem afirmado que é possível que ajustes sejam feitos no texto desde que haja consenso.
Pacheco, por sua vez, afirmou que o texto da regra fiscal receberá a devida celeridade assim que chegar à Casa depois que for aprovado pela Câmara.
(Reportagem de Bernardo Caram e Ricardo Brito)