Por Jorge Otaola
BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão fechando um acordo para metas de reservas cambiais mais flexíveis este ano, dependendo das exportações do país sul-americano, afirmou uma fonte do governo à Reuters nesta sexta-feira.
O país endividado, um importante exportador de grãos, está passando por uma forte seca que está prejudicando suas colheitas de soja, milho e trigo, bem como suas esperanças de exportação, uma derrota nos planos do governo de recompor as reservas de dólares esgotadas.
A Argentina e o FMI estabeleceram metas que incluíam a reconstrução de reservas em um acordo de dívida de 44 bilhões de dólares fechado no ano passado, que substituiu um programa que fracassou em evitar que o país caísse em uma crise econômica.
No entanto, o impacto da recente seca e os altos preços ligados à guerra na Ucrânia levaram a conversas sobre a flexibilização das metas de reservas para este ano.
"Eles estão finalizando as metas de reservas para o ano, com cenários de queda ou aumento das exportações", disse a fonte do governo, pedindo para não ser identificada porque as negociações ainda estão em andamento. A fonte acrescentou que ainda não há data definida para um anúncio.
O Ministério da Economia se recusou a comentar.
O FMI não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As reservas líquidas em moeda estrangeira do banco central da Argentina estão atualmente em cerca de 4,4 bilhões de dólares, segundo analistas privados.
De acordo com a última revisão do FMI, a Argentina tinha como meta aumentar as reservas líquidas para um acumulado de 5 bilhões de dólares até o final de 2022, 5,5 bilhões de dólares no final de março e 9,8 bilhões de dólares no final deste ano.
Autoridades argentinas foram a Washington na semana passada para negociações com o FMI sobre a última revisão do programa de financiamento estendido do país para o quarto trimestre de 2022. A aprovação é necessária para desbloquear um desembolso de 5,3 bilhões de dólares, crucial para a realização de pagamentos ao FMI por um valor semelhante nos meses de março e abril.
(Reportagem de Jorge Otaola)