Agência Brasil - A inflação deve fechar em 2,1% este ano, segundo projeções publicadas no Relatório de Inflação divulgado hoje (24), em Brasília, pelo Banco Central (BC).
Se a estimativa se confirmar, a inflação ficará abaixo da meta que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.
Para 2021, a meta é 3,75%, para 2022, 3,50%, e para 2023, 3,25%, com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo em cada ano.
As projeções para a inflação, divulgadas trimestralmente pelo BC, estão em quatro cenários elaborados com base em estimativas para o câmbio e a taxa básica de juros, a Selic. As projeções são para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país.
No cenário com Selic (2% ao ano) e câmbio (R$ 5,30) constantes, a estimativa de inflação subiu de 1,9% para 2,1% este ano. Para 2021, a projeção foi mantida em 3%, e para 2022 foi ajustada de 3,6% para 3,8%. A projeção para 2023, divulgada pela primeira vez no relatório de hoje, é 4,6%.
Já no cenário com a Selic e o câmbio estimados pelo mercado financeiro (pesquisa Focus), o IPCA fica em 2,1% (contra 2,4% projetado em junho) este ano, chega a 2,1% (em junho, 3,2%) em 2021, e sobe para 3,1% em 2022 (3,2% no relatório anterior). A projeção para 2023 é 3,3%.
No cenário com Selic da pesquisa Focus com o câmbio constante, as projeções ficam em 2,1% em 2020, 2,9% em 2021, 3,3% em 2022 e 2023.
No último cenário - considerando a Selic constante e o câmbio da pesquisa Focus - o IPCA fecha 2020 em 2,1%, sobe para 2,7% no próximo ano, termina 2022 em 3,6% e 2023, em 4,6%.
Projeções para os próximos meses
As projeções de curto prazo consideram variações no IPCA de 0,40%, 0,30% e 0,27% para setembro, outubro e novembro.
“Caso se concretize, a inflação de 0,97% no trimestre implicará aumento da inflação acumulada em 12 meses, de 2,44% em agosto para 2,85% em novembro”, diz o Banco Central no relatório.
Em dezembro, a inflação acumulada em 12 meses deve recuar “acentuadamente” para 2,1%, “com o descarte da alta atipicamente elevada observada em dezembro de 2019, na esteira do choque nos preços das carnes”.
O BC destaca que, no cenário de curto prazo, haverá pressão sobre o preço dos alimentos e reversão da queda nos preços de serviços. “O aumento dos índices de mobilidade deve resultar em elevação de preços que ainda estão deprimidos, como os de passagem aérea, hospedagem, alimentação fora do domicílio e vestuário”, informa o BC.
Nos preços administrados, o Banco Central destacou o recuo que será registrado nas tarifas de planos de saúde em setembro, refletindo a suspensão dos reajustes no ano de 2020, e a projeção de redução no preço da gasolina a partir de outubro.