Por Leika Kihara e Daniel Leussink
TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão reduziu sua previsão de crescimento para este ano fiscal nesta sexta-feira, uma vez que novas medidas emergenciais de contenção para combater a pandemia de Covid-19 afetou o consumo, reforçando as expectativas de que o país ficará atrás de seus pares globais em reduzir o forte estímulo.
Com a política monetária em modo de espera, o Banco do Japão se aproximou ainda mais de territórios desconhecidos ao apresentar detalhes de um novo esquema para financiar atividades buscando combater a mudança climática.
O banco central também divulgou uma lista de outras medidas que irá adotar sobre mudança climática, incluindo um plano de começar a comprar títulos verdes.
Em novas projeções trimestrais divulgadas nesta sexta-feira, o Banco do Japão disse agora esperar que a economia vá expandir 3,8% no atual ano fiscal que termina em março de 2022, contra 4,0% projetados em abril.
Mas revisou para cima sua estimativa de expansão para o próximo ano fiscal a 2,7% de 2,4% com expectativas de que o consumo vai acelerar diante do avanço da vacinação.
"A economia do Japão deve se recuperar gradualmente conforme a vacinação progride e o impacto da pandemia diminui", disse o presidente do banco central, Haruhiko Kuroda, em entrevista à imprensa, mantendo a perspectiva cautelosamente otimista.
O Banco do Japão revisou com força para cima sua projeção para a inflação ao consumidor no atual fiscal para 0,6%, de 0,1%, devido em grande parte aos recentes aumentos nos custos de energia.
Como esperado, o banco central deixou sua meta de controle da curva de rendimentos em -0,1% para os juros de curto prazo em 0% para os rendimentos dos títulos de 10 anos em sua reunião de política monetária encerrada nesta sexta-feira. O banco também continuará a comprar ativos como títulos do governo.
Já os planos verdes do Banco do Japão surgem no momento em que outros bancos fazem o mesmo para combater a mudança climática.
Segundo o esquema a ser lançado este ano, o Banco do Japão disse que vai oferecer empréstimos com juros zero que possam ser rolados até 2030 para bancos que impulsionarem os empréstimos verdes e sustentáveis.