👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

BC tem espaço para cortar juros mantendo condições restritivas, diz Galípolo

Publicado 22.08.2023, 10:53
© Reuters. Prédio do Banco Central em Brasília
20/03/2020 REUTERS/Adriano Machado

Por Fernando Cardoso e Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira que o Brasil tem espaço para cortar a Selic sem tirar a taxa de juros de patamar restritivo, ao mesmo tempo que destacou a determinação da autarquia em perseguir a meta de inflação e ancorar as expectativas para os preços.

"O Brasil hoje tem espaço para começar esse ciclo de corte, mantendo a política monetária numa zona contracionista, e observando como vai se dar essa reancoragem total (das expectativas de inflação) e reafirmado a todo o momento no Copom o empenho em perseguir a meta de inflação", disse Galípolo em reunião do Conselho Superior de Economia (Cosec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

No início de agosto, o BC reduziu a taxa básica de juros Selic em 0,50 ponto percentual, a 13,25% ao ano, em decisão que dividiu os membros de sua diretoria em 5 a 4 e marcou a primeira flexibilização na taxa básica de juros em três anos. Em comunicado, o colegiado sinalizou novos cortes da mesma magnitude à frente.

Segundo Galípolo, a divergência entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) em sua última reunião foi apenas sobre como iniciar o ciclo de corte de juros.

"A divergência do Copom é muito menor do que pode parecer ou que está sendo, muitas vezes, colocada, porque era uma divergência sobre como é que você iniciava o ciclo de cortes, com uma unanimidade sobre qual deveria ser a continuidade", afirmou o diretor nesta terça-feira.

No entanto, ele enfatizou que a redução da taxa Selic é recebida de forma diferente ao longo do tempo e de acordo com o mercado, com alguns setores sendo tão sensíveis a ponto de terem seus custos de financiamento impactados antes mesmo dos cortes feitos pelo BC.

"Essa redução das taxas de juros se dá de maneira diferente tanto ao longo do tempo, como também ao longo do mercado... Essa redução, antes mesmo do corte da Selic, já estava presente para um grupo de empresas. Porém, para um outro grupo grande, você não vai assistir essa mesma redução", disse.

Nesse sentido, Galípolo afirmou que a condução das políticas públicas brasileiras e da política monetária pelo BC deve caminhar em direção a permitir maior "perenidade" do afrouxamento monetário e do crescimento econômico de longo prazo.

MERCADO DE CÂMBIO

Após uma alta de cerca de 3,6% do dólar frente ao real desde que o Copom cortou a taxa Selic, no início deste mês, Galípolo disse que a recente depreciação da taxa de câmbio está mais ligada a fatores globais.

"Imediatamente após o Copom, vimos o real perder valor perante o dólar. A gente viu algumas interpretações legítimas que associaram à decisão do Copom, o que foi gradativamente perdendo força, porque ao olhar para as outras moedas a gente via que esse era um movimento global", disse ele nesta terça-feira.

O dólar encerrou a sessão de segunda-feira em 4,9792 reais na venda, bem acima do nível de 4,8051 registrado no dia em que a Selic foi cortada a 13,25%. O dólar tende a se valorizar quando há redução no diferencial de juros entre o Brasil e outras economias, já que isso torna a rentabilidade da divisa local menos atraente.

Ao mesmo tempo, de fato o cenário externo tem se mostrado adverso, com preocupações sobre o crescimento econômico da China e a disparada dos rendimentos dos títulos soberanos dos Estados Unidos derrubando várias divisas emergentes, não apenas o real.

© Reuters. Prédio do Banco Central em Brasília
20/03/2020 REUTERS/Adriano Machado

"A questão da volatilidade do câmbio aflige todos os emergentes. O Brasil às vezes sofre um pouco mais pelo fato da profundidade e liquidez que o real oferece entre os emergentes", avaliou Galípolo.

Segundo o diretor, o Banco Central tenta atenuar esse tipo de volatilidade com seus tradicionais instrumentos de política cambial, como os leilões diários de swaps. Ele destacou que há as reservas também. "Ainda que você não as use, é um tema muito relevante para você poder ter linhas de defesa que sinalizam para o mercado uma robustez", disse Galípolo.

Para além de seus diários e planejados leilões de rolagem de swap, faz tempo que o BC não intervém no mercado de câmbio. Desde janeiro deste ano a autarquia não realiza leilões de linha -- ou a venda de moeda estrangeira conjugada com compromisso de recompra --, e a última vez que vendeu dólares de suas reservas no mercado à vista foi em abril de 2022.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.