FRANKFURT (Reuters) - A inflação da zona do euro está recuando e, portanto, as taxas de juros podem ser reduzidas em junho, mas a trajetória depois disso é incerta demais para que as autoridades assumam qualquer compromisso posterior, disse a autoridade do Banco Central Europeu Peter Kazimir nesta segunda-feira.
O BCE abriu a porta na semana passada para um corte nos juros em junho, mas o debate já está se voltando para o que acontecerá em julho, com alguns já defendendo uma nova redução.
"Junho é uma oportunidade de recalibrar nossa abordagem à luz da melhoria das condições econômicas", disse Kazimir, chefe do banco central da Eslováquia, em um artigo "Vamos ser claros: não estamos nos comprometendo previamente com uma trajetória definida após junho."
Os mercados agora veem 82 pontos-base de cortes nas taxas este ano, portanto, pelo menos dois movimentos após junho, com foco nas reuniões de setembro e dezembro, quando o BCE também publica novas projeções econômicas.
Kazimir argumentou que o declínio da inflação é persistente e que as perspectivas são animadoras, mesmo que a política monetária ainda precise permanecer apertada por algum tempo.
"Mesmo após o primeiro corte nos juros, nossa política monetária permanecerá restritiva; ela precisa permanecer", acrescentou Kazimir.
(Reportagem de Balazs Koranyi)