FRANKFURT (Reuters) - Os formuladores de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) iniciaram nesta semana um debate sobre o nivelamento do "corredor" entre as três taxas de juros do BCE, em um primeiro passo em direção a uma era em que o dinheiro é mais escasso, disseram cinco fontes à Reuters.
A mudança, que estava parada por enquanto e também é improvável em julho, faria parte da transição do BCE de uma era de dinheiro fácil para uma em que os bancos não estão mais cheios de dinheiro e precisam tomá-lo emprestado do banco central.
Um porta-voz do BCE se recusou a comentar.
O BCE atualmente paga aos bancos juros de 3,5% sobre seus depósitos, enquanto as instituições financeiras podem tomar empréstimos do banco central a 4% por uma semana e a 4,25% na taxa "overnight".
A equipe do banco central apresentou a opção de igualar os spreads entre essas taxas, como acontecia até 2014, quando o BCE começou a pressionar a taxa de depósito abaixo de zero e injetar dinheiro no sistema para reanimar a inflação que estava muito baixa.
As autoridades rapidamente descartaram a questão, pois a maioria deles sentiu que isso iria confundir a mensagem da política monetária e faria pouca diferença por ora, já que os bancos ainda têm muitas reservas e tomam pouco dinheiro emprestado do BCE, disseram as fontes.
Elas também argumentaram já estarem muito atarefados com o aumento das taxas de juros e um corte no balanço do BCE.
Mas o tema deve se tornar mais relevante nos próximos meses, à medida que a liquidez é drenada do sistema bancário.
Isso acontecerá quando o BCE parar de substituir parte dos trilhões de euros em títulos que comprou durante quase uma década de estímulo e conforme os bancos reembolsam seus empréstimos.
(Por Francesco Canepa, Balazs Koranyi e Frank Siebelt)