Por Susan Heavey e Doina Chiacu e Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o principal republicano do Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, enfatizaram nesta quarta-feira sua determinação para chegar a um acordo em breve para aumentar o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo federal e evitar um calote economicamente catastrófico.
Após um impasse de meses, o presidente democrata e o presidente republicano da Câmara dos Deputados concordaram na terça-feira em negociar diretamente um acordo. Um pacto precisa ser alcançado e aprovado pelas duas casas do Congresso antes que o governo federal fique sem dinheiro para pagar suas contas, já em 1º de junho.
"Vamos nos unir porque não há alternativa", disse Biden a jornalistas na Casa Branca, dizendo que interromperia sua viagem à Ásia para retornar a Washington no domingo, enquanto as discussões continuariam em Washington com as equipes encarregadas.
"Para ser claro, essa negociação é sobre os contornos do orçamento, não sobre se vamos ou não (pagar nossas dívidas)", disse Biden.
"Todos os líderes (do Congresso) concordaram: não vamos deixar de pagar. Todos os líderes disseram isso."
Os republicanos, que controlam a Câmara por uma maioria de 222 a 213, há meses vêm insistindo que os democratas concordem com cortes de gastos em troca de um acordo para aumentar o limite de dívida auto-imposto pelo Congresso. O limite precisa ser elevado regularmente porque o governo gasta mais do que arrecada em impostos.
Questionado por repórteres no Capitólio se é possível chegar a um acordo sobre o teto da dívida quando Biden retornar da Ásia no domingo, McCarthy respondeu: "É factível".
"Estamos em um cronograma tão curto", disse McCarthy. "Isso torna ainda mais difícil. Mas há uma coisa, você sabe, para mim, eu nunca desisto. Eu tenho a coragem, a perseverança e vamos conseguir."
A conversa entre os dois simplifica o formato anterior de cinco vias da semana passada, que incluía os outros três principais líderes do Congresso.
Biden partiu na quarta-feira para a cúpula de líderes mundiais do G7, que ocorre de sexta a domingo em Hiroshima, no Japão.
Na terça-feira, Biden e McCarthy encontraram-se por cerca de uma hora na Casa Branca com o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, e o líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries.
Biden planeja uma coletiva de imprensa em Hiroshima no domingo antes de retornar a Washington, disse uma autoridade da Casa Branca.
Os mercados financeiros pareciam animados com as discussões, com as ações dos EUA em alta nesta quarta-feira, em parte devido ao otimismo cauteloso entre os investidores à medida que as negociações seguiam.
O Tesouro dos EUA disse que poderia começar a ficar sem fundos já em 1º de junho para pagar as contas do governo -- desenrolar que segundo economistas desencadearia uma recessão.
(Reportagem de Susan Heavey, Doina Chiacu e Andrea Shalal, reportagem adicional de Andrea Shalal, Jarrett Renshaw e Richard Cowan)