Por Simon Lewis
WASHINGTON (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, revelou nesta segunda-feira suas escolhas para vários importantes cargos econômicos, incluindo a ex-chair do Federal Reserve Janet Yellen como sua indicada para secretária do Tesouro, preparando o cenário para uma Casa Branca mais diversa.
Num momento em que a transição de Biden para a Casa Branca parece estar ganhando ritmo, o presidente eleito estava mancando depois de fraturar o pé enquanto brincava com seu cachorro no sábado e usará uma bota de proteção por várias semanas, disseram seus médicos.
O novo governo foi prejudicado durante semanas pelo presidente Donald Trump, que se recusa a ceder, alegando, sem evidências, que a vitória eleitoral de Biden em 3 de novembro foi por fraude.
Biden nomeou líderes de uma equipe econômica que terá que combater golpes esmagadores da pandemia do coronavírus sobre trabalhadores e empresas dos EUA.
Em contraste com Trump, que em grande parte escolheu homens brancos para cargos importantes, as nomeações iniciais de Biden estavam se transformando em um grande painel de diversidade, incluindo uma equipe de comunicações só de mulheres, anunciada na noite de domingo.
Biden nomeou Janet Yellen, a primeira mulher a comandar o Federal Reserve, como sua secretária do Tesouro, e Adewale Adeyemo, que será o primeiro vice-secretário negro do Tesouro.
Outros membros de sua equipe de economia incluem Neera Tanden, executiva-chefe do instituto progressista Centro para o Progresso Americano, como diretora do Escritório de Orçamento da Casa Branca, que será a primeira mulher não branca a liderar a agência.
Biden e a vice-presidente eleita Kamala Harris também receberam seu primeiro briefing presidencial diário secreto nesta segunda-feira, que o governo Trump se recusou a fornecer anteriormente. O briefing é o primeiro passo para a transferência de responsabilidade da área de inteligência, mais sensível, para uma nova administração.
Trump, por sua vez, manteve suas infundadas alegações de fraude em uma entrevista à Fox News no domingo e com tuítes de domingo à noite que o serviço de mídia social sinalizou como contestados.
Mas o presidente republicano, que na quinta-feira disse que deixaria a Casa Branca se Biden for formalmente declarado vencedor pelo Colégio Eleitoral em 14 de dezembro, pareceu recuar de sua posição legal combativa, dizendo à Fox que não via um caminho para levar seu caso à Suprema Corte.
Enquanto a maioria dos companheiros republicanos de Trump tem seguido seu exemplo e se recusa a se referir a Biden como presidente eleito, um membro republicano da Câmara dos Deputados parece no Twitter na noite de domingo ter perdido a paciência.
Em um tuíte dirigido a Trump, o parlamentar Paul Mitchell disse: "Por favor, pelo bem de nossa nação, por favor, abandone esses argumentos sem evidência ou base factual", escreveu ele.
(Reportagem de Trevor Hunnicutt, Simon Lewis e Patricia Zengerle)