Representantes da Efta (Associação Europeia de Livre Comércio), bloco comercial formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, estão em visita oficial à América do Sul para tratar de um acordo de livre comércio com o Mercosul.
Depois de uma passagem pela Argentina, a Comissão Parlamentar da Efta chega a Brasília nesta 4ª feira (20.mar.2024). Se reunirá com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e com os presidentes do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).
“Em tempos de grandes mudanças geopolíticas e de perturbações nas cadeias de valor globais na sequência da pandemia, a Efta está realizando esforços para alargar a sua rede de livre comércio”, disse o grupo europeu em comunicado.
Em outra iniciativa nesse sentido, em 10 de março, o grupo concluiu um acordo de livre comércio com a Índia, o país mais populoso do mundo.
O comércio entre o Mercosul e a Efta já opera sobre um acordo firmado em 2019. Inclui redução de tarifas e temas de natureza regulatória, como investimentos e compras governamentais.
“Em 20 anos, o volume de comércio entre a Efta e o Mercosul aumentou quase 4 vezes, atingindo € 7,4 bilhões em 2023. As bases existem para institucionalizar estas relações econômicas prósperas e expandi-las ainda mais”, disse a associação europeia em nota.
Na 6ª feira (22.mar), os representantes da Efta viajarão para o Rio de Janeiro, onde visitarão a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a empresa Zurich Airport Brasil. O objetivo das visitas é compreender “caminhos adicionais de cooperação nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, financiamento de grandes projetos de infraestrutura e desenvolvimento, e oportunidades de investimento no Brasil”, informou a Efta.
Se as negociações para o livre comércio evoluírem, um acordo pode ser assinado antes do que está sendo desenhado entre o Mercosul e a UE (União Europeia).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em 6 de março, durante a visita do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, a Brasília, que as negociações para o acordo Mercosul-UE estão avançadas e que a sua conclusão independe da anuência da França. O país é o principal opositor à iniciativa.
As conversas, porém, travaram. O cenário econômico europeu, com inflação persistente e crescimento modesto, impede que vários países se sintam confortáveis em abrir seus mercados para produtos brasileiros. A eleição para o Parlamento Europeu, que será realizada de 6 a 9 de junho, também impacta no andamento das tratativas.