Por Daniel Ramos
LA PAZ (Reuters) - La Paz recuperava lentamente a tranquilidade nesta sexta-feira depois de o governo de transição começar a dialogar com a oposição para destravar a grave crise política que atinge a Bolívia.
Apesar de não haver mais cenas de confrontos nas ruas de La Paz, as escolas seguiam fechadas e ainda havia escassez de combustível devido a interrupções no abastecimento.
"Esta é uma etapa de transição. Vamos fazer os maiores esforços para que o país retorne à normalidade", disse a jornalistas nesta sexta-feira a presidente interina, Jeanine Áñez.
Na quinta-feira, o governo interino começou conversas com parlamentares do ex-presidnete Evo Morales, que deixou o poder no domingo denunciando um golpe de Estado depois de ser alvo de repressão das Forças Armadas. Atualmente Morales está asilado no México.
Apesar de as novas eleições ainda não terem data para ocorrer, a presidente interina já adiantou que Morales não poderá participar, uma vez que foi acusado de fraude na votação de 20 de outubro.
De qualque forma, o início de consenso alcançado no Congresso, onde foram escolhidas novas lideranças - de oposição ao ex-governo-, pode ser o primeiro passo para que o chamado a novas eleições se concretize. Áñez disse que devem ocorrer antes de 22 de janeiro.
A crise foi deflagrada depois das denúncias de irregularidades nas eleições de outubro, confirmadas no domingo pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que resultaram na renúncia de Morales e confrontos entre seus seguidores e detratores e forças de segurança.
Aliados de Morales denunciaram uma perseguição política e excessos na repressão.