Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que o auxílio emergencial deverá ser pago por alguns meses e destacou que o governador que tomar medidas de restrição de atividades é quem deve bancar o benefício, em meio ao aumento número de casos e mortes por Covid-19 no país.
"O auxílio emergencial vem por mais alguns meses e, daqui para frente, o governador que fechar o seu Estado, que destrói o seu Estado, ele que deve bancar o auxílio emergencial", disse.
"Não pode continuar fazendo política e jogando no colo do presidente da República essa responsabilidade", emendou ele, em rápido discurso durante solenidade de entrega de unidades habitacionais no Ceará.
Na véspera, durante transmissão pelas redes sociais, Bolsonaro já havia dito que as pessoas deveriam cobrar o auxílio emergencial dos gestores regionais.
A retomada do auxílio emergencial, disse o presidente na transmissão de quinta, deverá ocorrer a partir de março e terá quatro parcelas de 250 reais.
Pela manhã, em outro evento no interior do Ceará, Bolsonaro já tinha criticado a imposição de medidas por governadores e prefeitos para restringir a circulação de pessoas para conter a propagação do coronavírus, apesar de o Brasil estar atravessando o pior momento da pandemia.
As declarações do presidente ocorrem um dia após o Brasil superar a marca de 250 mil mortes por Covid confirmadas pelo Ministério da Saúde, com 1.541 novos óbitos registrados apenas na quinta-feira.
Com leitos de UTI próximos do limite, governadores de Estados como São Paulo, Bahia e Santa Catarina anunciaram esta semana a imposição de medidas mais firmes de restrição de circulação de pessoas na tentativa de conter o avanço da Covid.