BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo publicação no Diário Oficial neste sábado, e o secretário-executivo da pasta, Antonio Vogel, assume interinamente o cargo, informou a assessoria de comunicação do ministério.
Na véspera, Weintraub embarcou em um voo comercial e em classe econômica para os Estados Unidos e chega no sábado a Miami, segundo a assessoria do ministério.
"Aviso à tigrada e aos gatos angorás (gov bem docinho). Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias). NÃO QUERO BRIGAR! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem!", disse Weintraub na sexta, em publicação no Twitter.
Neste sábado, seu irmão Arthur tuitou: "Obrigado a todos pelas orações e apoio. Meu irmão está nos EUA."
A saída de Weintraub do cargo foi anunciada na quinta-feira em vídeo que gravou ao lado do presidente Jair Bolsonaro, oportunidade em que disse que iria assumir um cargo no Banco Mundial.
Entidades da sociedade civil pressionam o banco a não aceitar a indicação do agora ex-ministro para a diretoria da instituição, citando "danos irreparáveis" aos países que ele iria representar caso seja confirmado no cargo.
Weintraub já tinha sua demissão do ministério sendo negociada há algumas semanas, mas Bolsonaro não queria deixar que ele, um de seus maiores defensores, saísse sem ter um novo cargo.
A permanência de Weintraub no governo, que sempre foi alvo de controvérsia, tornou-se foco de tensão ainda maior do Palácio do Planalto com os demais Poderes depois da divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, em que ele defende que os “vagabundos” sejam colocados na cadeia, “a começar pelo STF”, em referência aos ministros do Supremo Tribunal Federal.
A declaração rendeu a Weintraub uma investigação no âmbito do inquérito das fake news, que apura notícias falsas, ataques e ameaças contra ministros do Supremo.
(Reportagem de Ricardo Brito)