👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Brasil deve aumentar área de soja em 3% na nova safra apesar de custos elevados

Publicado 29.06.2022, 13:42
© Reuters. Agricultor observa lavoura de soja em Barreiras (BA) 
06/02/2014
REUTERS/Ueslei Marcelino
ZS
-

Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) - Os agricultores do Brasil, maior produtor e exportador de soja no mundo, devem ampliar a área de plantio da oleaginosa em torno de 3% na safra 2022/23, que começa a ser semeada a partir de setembro, diante da expectativa de rentabilidade ainda positiva, mesmo em um ambiente de custos mais elevados.

Levantamento realizado pela Reuters com oito analistas indica que a área semeada com soja pode atingir recorde de 42,2 milhões de hectares na nova temporada, abrindo caminho para elevações na produção do grão aliadas a um aumento potencial de produtividade.

Com isso, a projeção preliminar dos especialistas aponta para uma safra histórica de 147,9 milhões de toneladas, mas nas perspectivas mais otimistas há quem veja possibilidade de a produção superar 150 milhões (veja tabela abaixo).

"O cenário positivo das margens operacionais para a safra 2022/23 levará a um aumento da área plantada de soja. Apesar da alta dos principais insumos agrícolas, o cenário ainda incentivará o produtor a aumentar a área", disse a analista do Rabobank Brasil Marcela Marini.

A analista da consultoria AgRural Daniele Siqueira afirmou que os custos mais altos limitam o avanço da área, mas não o impedem. Para ela, a rentabilidade da cultura não será tão alta quanto a da safra 21/22, mas ainda assim faz sentido para o produtor.

No ciclo 2021/22, considerando o médio-norte de Mato Grosso, que teve uma boa safra, a projeção é de uma rentabilidade histórica de 130% sobre o custo operacional de produção para proprietários da terra, segundo a AgRural.

Para a nova safra, Siqueira acredita que a rentabilidade pode ficar pela metade do registrado em 2021/22.

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou sanções contra os russos e seu aliado Belarus --dois dos principais fornecedores globais de fertilizantes--, elevou as despesas com adubos, insumo que o Brasil importa cerca de 85% do que consome.

Os produtos continuam chegando ao Brasil, com agricultores em uma corrida para garantir a oferta que será utilizada no plantio de 2022/23, mas a preços muito maiores.

Dados do governo federal mostram que, nas três primeiras semanas deste mês, a média de preços para os fertilizantes químicos adquiridos no período foi de 772,4 dólares por tonelada, contra 324 dólares em junho do ano passado.

Soma-se a isso o gargalo logístico intensificado pelas restrições contra a Covid-19 na China que onera as despesas do setor agrícola e torna mais morosa a chegada de defensivos no Brasil.

Neste contexto, a AgResource Brasil, subsidiária da empresa norte-americana AgResource Company, disse que ainda está apreensiva em suas projeções para a safra brasileira, mas se sua estimativa de 144,82 milhões de toneladas se confirmar, o Brasil sozinho responderá por 72,41% da estimativa que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, ma sigla em inglês) vê para a produção sul-americana, de 200 milhões de toneladas.

"E (isso) será vital para o Brasil se consolidar ainda mais nas exportações de soja na próxima safra", disse a consultoria.

© Reuters. Agricultor observa lavoura de soja em Barreiras (BA) 
06/02/2014
REUTERS/Ueslei Marcelino

O analista de Grãos e Proteína Animal da hEDGEpoint Global Markets, Pedro Schicchi, ressaltou, no entanto, que um contraponto para um crescimento forte de área no Brasil atualmente é a safra grande de soja nos EUA, esperada para o segundo semestre e que já pressiona as cotações futuras, após setembro.

"No entanto, o real desvalorizado compensa parte deste efeito, dando suporte para preços domésticos, mesmo que em dólares eles já não estejam tão altos após a colheita americana."

 

(Por Nayara Figueiredo)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.