Por Adam Jourdan e Cassandra Garrison
BUENOS AIRES (Reuters) - A província argentina de Buenos Aires por pouco evitou um default nesta terça-feira, afirmando que faria um pagamento de 277 milhões de dólares em um título de 2021 depois de os credores não concederem uma aprovação de última hora para adiá-lo.
O governador da província, Axel Kicillof, disse que a unidade federativa usará recursos recentemente recebidos do mercado local para efetuar o pagamento do principal e dos juros em 5 de fevereiro, ao fim de um pedido de carência de dez dias.
A província havia tentado adiar para até 1º de maio um pagamento de 250 milhões de dólares, com vencimento inicialmente previsto para 26 de janeiro, mas não obteve o consentimento necessário, disse Kicillof em entrevista coletiva depois de ter expirado um prazo estendido para os detentores de títulos responderem à proposta.
O governo local precisava da aprovação dos detentores de mais de 75% da dívida, mas apenas obteve mais de 50%, afirmou Kicillof, depois de frequentemente adiar o prazo para o consentimento e oferecer e melhorado as condições da oferta na esperança de obter aprovação.
Buenos Aires, a província mais populosa da Argentina, enfrentaria a inadimplência se não conseguisse fechar um acordo com os detentores de títulos ou fazer o pagamento integral antes da quarta-feira.
Na segunda-feira, o governo da província se ofereceu para fazer um pagamento inicial de capital de 75 milhões de dólares referente ao bônus, em uma medida conciliatória para incentivar os detentores da dívida a aceitar sua proposta de adiar o restante do pagamento até 1º de maio.
No entanto, Kicillof disse que, embora muitos detentores de títulos estejam por trás do plano, ele criticou um fundo que, segundo ele, detinha cerca de 25% da dívida e solicitara o pagamento integral do capital em parcelas, o que, segundo ele, não era possível.
A luta da província em pagar suas dívidas, em meio a um mal-estar econômico mais amplo, é vista como um teste decisivo para negociações maiores de reestruturação de aproximadamente 100 bilhões de dólares em pagamentos soberanos sob o novo presidente peronista Alberto Fernández.