NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros do cacau em Londres fecharam com queda de 2% nesta quarta-feira, ampliando o recuo do mercado em relação à máxima recente de 46 anos, embora os preços tenham permanecido sustentados por problemas de abastecimento na África Ocidental.
CACAU
* O contrato março do Cacau em Londres caiu 60 libras, ou 2%, a 2.929 libras por tonelada.
* Operadores disseram que o mercado perdeu algum terreno esta semana, depois de um avanço prolongado ter levado os preços a subirem para o nível mais alto em 46 anos, mas o clima permaneceu altista devido predominantemente a problemas de oferta na África Ocidental.
* "Relata-se que fortes chuvas na África Ocidental desencadearam uma doença viral (CSSVD, na sigla em inglês) e a propagação de doenças da vagem preta", disse a Organização Internacional do Cacau nesta quarta-feira.
"Estas incidências fatídicas, incluindo os elevados custos dos fatores de produção, não pouparam os dois principais produtores (Costa do Marfim e Gana) e afetaram o seu volume de produção."
* O dezembro do cacau em Nova York também recuou 2%, para 3.570 dólares a tonelada.
AÇÚCAR
* O outubro do açúcar bruto caiu 0,65 centavo, ou 2,4%, a 26,79 centavos de dólar por libra-peso, após máxima de 12 anos da sessão anterior de 27,62 centavos.
* Os operadores disseram que a recente recuperação foi motivada em parte por preocupações de que um clima mais seco do que o normal ligado ao El Niño provavelmente reduzirá a produção na Índia e na Tailândia.
* Eles observaram, no entanto, que as notícias de alta parecem agora estar incorporadas no preço, de modo que a margem para ganhos adicionais pode ser limitada. Eles citaram movimentos de especuladores liquidando parte de sua grande posição comprada.
* O contrato dezembro do açúcar branco caiu 13,50 dólares, ou 1,8%, para 726,50 dólares por tonelada.
CAFÉ
* O dezembro do café arábica caiu 2,75 centavos, ou 1,7%, para 1,582 dólar por libra-peso.
* O novembro do café robusta caiu 32 dólares, ou 1,3%, para 2.508 dólares a tonelada.
* O Brasil colheu em 2023 a sua terceira maior safra de café da história, apesar de uma quebra na produção de grãos canéforas, que foi mais do que compensada por um salto na colheita do arábica, variedade que domina os cafezais brasileiros, estimou nesta quarta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
* Uma forte onda de calor que se espalha pela maior parte do Brasil nesta semana, em meio aos últimos dias de inverno no Hemisfério Sul, está levantando preocupações entre os agricultores e agrônomos sobre a condição dos cafezais no maior produtor e exportador do mundo, assim como os impactos para a safra de 2024.
(Reportagem de Marcelo Teixeira e Nigel Hunt)