NOVA YORK/LONDRES (Reuters) - Os contratos futuros do café arábica negociados na ICE fecharam em queda nesta terça-feira, depois de atingirem altas de quase sete anos na sessão anterior, enquanto participantes do mercado se esforçavam para avaliar os danos à safra causados pelas geadas da semana passada no maior produtor, o Brasil.
As previsões de uma nova frente fria para esta semana mantiveram o mercado nervoso, mas os players deram um passo para trás por enquanto, após ganhos de cerca de 30% desde segunda-feira da última semana.
CAFÉ
* O café arábica para setembro fechou em queda de 6,05 centavos de dólar, ou 2,9%, em 2,0175 dólares por libra-peso, tendo fechado com um ganho de 9,9% na segunda-feira, após atingir pico de 2,1520 dólares, a máxima desde outubro de 2014.
* Estima-se que as fortes geadas registradas nas regiões agrícolas do Brasil na semana passada tenham atingido 11% da área total de café arábica, reduzindo o potencial de produção para a próxima safra.
* Os operadores afirmaram que, embora alguns relatórios estejam lançando dúvidas sobre a intensidade da frente fria que se aproxima nesta semana, mais frio, mesmo sem geadas, é ruim para os cafezais, uma vez que já estão danificados.
* Também existem preocupações com as previsões de chuvas leves nos próximos dias, pois se forem seguidas de geadas, as raízes congelariam, matando completamente as árvores.
* O café robusta para novembro fechou em queda de 35 dólares, ou 1,8%, em 1.940 dólares a tonelada.
AÇÚCAR
* O açúcar bruto para outubro fechou em queda de 0,07 centavo de dólar, ou 0,4%, em 18,35 centavos de dólar por libra-peso, depois de ter atingido a máxima desde o fim de fevereiro em 18,73 dólares.
* Os operadores disseram que o mercado de açúcar despertou para o potencial de novos danos causados por geadas nas áreas de cultivo de cana-de-açúcar no Brasil, que também é um grande produtor de açúcar.
* As geadas representam uma ameaça menor à produção de açúcar do Brasil, razão pela qual o mercado não reagiu tanto quanto com o café na semana passada, embora os preços do adoçante tenham subido mais de 9% desde segunda-feira da última semana.
* O Brasil produziu 2,94 milhões de toneladas de açúcar na primeira quinzena de julho, 2,8% a menos no comparativo anual, afirmou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) nesta terça-feira, acrescentando que ainda não há clareza sobre os impactos das geadas.
* Açúcar branco para outubro fechou em queda de 1,70 dólar, ou 0,4%, em 454,70 dólares a tonelada.
(Reportagem de Marcelo Teixeira e Maytaal Angel)