Investing.com - Os números mais recentes da inflação na China levantaram suspeitas entre muitos economistas, que agora estão se perguntando quais serão as próximas medidas de Pequim para impulsionar o crescimento interno após quase três anos de bloqueio.
Os dados do National Bureau of Statistics mostraram que o índice de preços ao consumidor aumentou 0,1% em relação ao ano anterior em abril, abaixo das expectativas de um aumento de 0,4% e da leitura do mês anterior de 0,7%. A inflação mensal diminuiu 0,1% em abril em comparação com o mês anterior, perdendo as expectativas de que permaneceria estável.
Além disso, o índice de preços ao produtor caiu 3,6% em abril, em comparação com as expectativas de uma queda de 3,2% e a queda de 2,5% do mês anterior, atingindo o nível mais baixo desde maio de 2020, portanto, no auge da pandemia.
É verdade que as exportações aumentaram em 8,5%, mas isso foi agravado por uma queda acentuada em importações, o que levanta muitas questões sobre a atividade comercial na China, especialmente o componente de manufatura.
Mike Kerley, gerente de portfólio da Janus Henderson, aponta em uma nota enviada à Investing.com que a maior parte do declínio nos preços ao consumidor pode ser atribuída às "interrupções no fornecimento do ano passado, juntamente com a queda nos preços dos alimentos e da energia e descontos no setor automotivo".
A inflação no setor de serviços continuou a ser forte, mas esses números, escreve o gerente, "refletem o fato de que a economia chinesa ainda não está em uma fase de recuperação em grande escala".
De acordo com Kerley, a inflação aumentará nos próximos meses à medida que "o efeito de base se desgasta e a economia se fortalece", com o banco central chinês e o governo chinês tendo espaço para concordar com novas medidas de estímulo após os bilhões de yuans já injetados na economia local nos últimos meses.
"Há amplo espaço para mais flexibilização monetária, caso seja necessário", ressalta o gestor, lembrando que a taxa principal do banco chinês está em 3,65%.