PEQUIM (Reuters) - A China tomará medidas para proteger seus interesses, mas não fechará as portas ao investimento estrangeiro e à indústria global apesar dos atritos comerciais com os Estados Unidos, disse uma autoridade chinesa nesta terça-feira.
Mais cedo neste mês, antes de importantes negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo, Washington decidiu ampliar sua lista de sanções comerciais para incluir algumas das principais startups chinesas de inteligência artificial, como a Megvii Technology e o SenseTime Group.
"Vamos olhar o atrito comercial entre a China e os Estados Unidos com a mente aberta e um coração grande", disse Huang Libin, porta-voz do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação chinês, embora a China também monitore de perto uma lista de empresas dos EUA.
A China abrirá ainda mais setores - incluindo telecomunicações, internet e automóveis - para investimentos estrangeiros, mas, ao mesmo tempo, os Estados Unidos devem respeitar as regras comerciais e agir com cautela, disse Huang.
"Não enfatizaremos cegamente 'autodesenvolvido e controlável' e não vamos nos dissociar do desenvolvimento das indústrias internacionais", disse Huang a repórteres.
Nos últimos meses, as empresas de tecnologia chinesas, especialmente aquelas atingidas pelos Estados Unidos, prometeram lidar com as sanções norte-americanas com soluções mais autodesenvolvidas e adquirindo mais de fornecedores domésticos.
Ainda assim, com a China e os EUA trabalhando para estabelecer a "fase 1" de um acordo comercial no curto prazo, Pequim tem se esforçado para manter sua retórica neutra. Nos últimos dias, a China renovou seus esforços em enfatizar a necessidade de ambos os lados almejarem ganhos mútuos, em vez de dissociar suas economias.
(Reportagem adicional de Yingzhi Yang)